Tão oposto, o demonstrar do prazer, Na pura imagem de carinho e paixão, Estes, são termos bastante diferentes, A tão peculiar direito no pensamento, Consoante cada caso e qual momento!... Cada um é livre naquilo que haja a dizer, Sendo que cada tentará a diversa razão E caso naufrague pela espuma das artes... Pena que tal gloriosa sofra radicalismos, Numa morte anunciada por exorcismos!... Arte é arte, diga-se aquilo que se disser E não venham loucos vender o seu saber!...
Atormenta-me um tal raciocínio, Inscritas massas de redes sociais, Aqueles e ditos "facebookianos", Ou igual, não menos mundanos E penetrando pelo meu domínio!... Pedem amizade e numa intenção, Esperando o meu teclar de "likes", –No bom português são gostos!–, –Pois bicicletas não serão "bikes!–" E numa associação de desgostos!... Porém, ao que avanço, são cegos, Visto que não partilho gatinhos, Sendo disso que o sistema gosta, Gostos que não valem uma bosta, Por mais que gostemos de gatos!–... Gente sofrível e quão ceguinhos, Retraídos a essa sua antecipação, Numa sociedade de tais ingratos, Mas requisitando o meu parecer!... A esses, recomendo irem foder, No traseiro que tanto mostram, Naquilo que certo nele gostam, Em mentalidades de reles egos!... A tais, cuspo-lhes um escarnecer, Nalgum jeito e tamanho poder!... Assim, passem bem, numa saúde, Seja a cerveja, espumante, vinho, À forte vontade a quem se mude... De merda, é melhor ficar sozinho, Numa fartura de aturar anormais!...
Já não há estrelas no céu, Para darem luz ao destino, No horizonte cai um véu, Tão pesado e de tão fino... Tapa a esperança um manto, Enquanto avanço entre pinhos, Lembrando o passado, em pranto, Vida de roseira e espinhos... Manto e véu, por companhia, Enrolando-me de mansinho, O manto encobre a melancolia, Pois que o véu é de linho... Já se vão escondendo as estrelas, Por esta tamanha viagem, Nalguma vontade a retê-las, Enquanto me foge a paisagem... No entanto, vou seguindo, Nas apalpadelas do caminho E, lentamente, lá vou indo, Por tanto que siga sozinho!...
Aprendi a ser poeta, Nessa tua forma de ser, No teu corpo de mulher E estrofes de doce meta... Estudei a poesia, Lendo aquilo que és, Para a frente e sem revés, Cada verso de fantasia... Capricho de verdades, Estudo de quantas rimas, Sabendo o que sublimas, Pelo meio de ansiedades... Por imenso e tal desejo, No poema desse teu corpo, Tal prazer em que me dopo E sequência de um beijo... Ofegante gramática de cama E pelos vocábulos do êxtase, Terna rima na suprema frase, Qual poesia que nos chama!...