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"Noite das Bruxas"...

Halloween.jpg

Origem da tradição: "Noite das Bruxas"...
Conhecida em Portugal como Noite das Bruxas, a noite de Halloween festeja-se de 31 de outubro para 1 de novembro. Halloween é um termo inglês, abreviado, que deriva de Hallow evening, "noite sagrada", sendo esta a designação da festa nos países anglo-saxónicos. Foi desde sempre combatida pela Igreja Católica, por estar na véspera do Dia de Todos os Santos (1 de novembro), em particular pela Inquisição, perseguidora de todos os que mantivessem rituais antigos pagãos (rituais célticos, por exemplo) ou práticas de curandeiro. Ora, o Halloween radica na perpetuação de uma tradição pagã céltica, muito antiga, que colocava o ano novo no dia 1 de novembro, durante as festas do Samain, de 30 de outubro a 2 de novembro, a comemorar o fim do verão celta. Este festejo continuou a ser comemorado paralelamente às práticas cristãs, em particular na Irlanda católica, mas também na Escócia, Gales, Cornualha e noutras regiões de cultura céltica das Ilhas Britânicas. Foi "exportado" para os EUA e Canadá com a emigração irlandesa, principalmente depois da Grande Fome da Batata na Irlanda, entre 1845 e 1849. Naqueles países "novos" a tolerância religiosa era maior e a continuidade dos festejos pagãos, como o Halloween, não tinha barreiras culturais ou constrangimentos de outra espécie.
No mundo católico, entretanto, o dia 1 de novembro foi sempre o dia de Fiéis Defuntos, a celebração de todos os que morreram, reforçada no dia de Todos os Santos, no dia seguinte, 2 de novembro, um modo de fazer esquecer as formas de culto pagão. Estas celebrações litúrgicas remontam ao século V, quando se começou a definir as festividades católicas e o santoral romano (santos da Igreja), de forma a mitigar ou fazer esquecer os resquícios pagãos. Todos os que subsistissem nestas práticas não toleradas eram condenados pela Igreja, considerados culpados de bruxaria. Daí que naquele dia 31 de outubro, muitos ainda acendiam fogueiras, comiam e dançavam, vestindo-se de maneira diferente, de forma escondida da Igreja ou das autoridades, incorrendo em risco de condenação e mesmo de execução em auto de fé. Como memória de uma noite em que os espíritos e as bruxas andavam à solta, antes do dia dos Fiéis Defuntos, criou-se a tradição do dia das Bruxas, substanciado pelas razões históricas e culturais antes apresentadas. Muitos festejos do género Halloween subsistem ou têm mesmo sido implantados em países onde nunca existiram, como em Portugal e no mundo latino. A Igreja e os setores mais tradicionalistas têm criticado estas novas tradições, que classificam como modas americanas ou desrespeito pela sacralidade do dia 1 de novembro.
Na forma mais popular de festejo da noite de Halloween, a que se implantou na América do Norte e tem sido imitada um pouco por todo o mundo, as crianças vestem-se de formas bizarras (bruxas, vampiros, múmias, esqueletos, etc.) e andam de casa em casa, de noite, a bater à porta e a pedir doces, frutas ou prendas, gritando o célebre trick or treat!, "susto" (ou "partida") ou "doce". Colocam-se nas janelas e nas casas abóboras sem polpa com velas acesas, jack o´lanterns (nabos com velas, numa alusão a uma lenda irlandesa antiga, de Stingy Jack, um velho que enganou o diabo e depois este vingou-se), organizam-se festas "macabras" ou veem-se filmes de terror, enfim, as festas de Halloween reportam a uma noite de bruxas, vampiros, espíritos, feiticeiros e sustos, espantalhos, múmias, decorações de trevas e de medo fora e dentro das casas. As cores dominantes são o negro (morte, noite, trevas, vampiros, múmias…) e o cor de laranja (outono, abóboras, jack-o'lanterns, fogo…). Depois, acaba-se a comer os doces e alimentos obtidos, a beber ou dançar, ou… a ir dormir no caso das crianças que fazem o tric-or-treating (os treak-or-treaters). Hoje a festa do Haloween, universalizada, é já mais encarada como um fenómeno de consumismo "à americana", ultrapassando fronteiras e sendo já calendarizável nas atividades de muitas escolas europeias. Em Portugal, é precisamente nas escolas e em festas privadas que se festeja o Halloween, com muito poucos treak-or-treaters.

– Informação e Imagem da Net –

AQUI ME SENTO...

Mar de neblina.jpg

AQUI ME SENTO...

Eis que aqui cheguei e me sento...
Olho, numa densa neblina, o mar,
A longínqua e grisalha paisagem,
Tudo em redor e que é meu olhar,
Sentindo aquela brisa de rebento
E saboreando tal soberba aragem.
Embrulho-me no pipilar das aves,
Que, por sinal, a maioria gaivotas,
Essas, que sobre ondas são vindas
E planando a espuma, como naves,
Combatendo o vento, tanto tortas,
Pois que as forças são desmedidas...
Aterram, num suave voo calculado,
Sobre o granulado da imensa praia,
Pelo prazer e nunca por ar cansado,
Enquanto o bater da maré desmaia...
E eu fico, por bebedeira alucinante,
Mirando alguma pesca no distante.
Ainda agora, a este recanto cheguei...
Não sou nada e tão-pouco ninguém,
Sendo tudo, pela vida a que me dei,
Esta rocha, nalgum cansaço, porém,
Neste silêncio, na busca de certa paz,
Parte da neblina e nesta visita fugaz...
E daqui me elevo, sem qual destino,
Pelo já lusco-fusco de mais um dia,
Enquanto a noite chama como sino,
Cortejando uma anunciada maresia...
E troco passos, um tão devagarinho,
Cujo me reclama a volta do caminho!...

Manuel Nunes Francisco ©®
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.

NATUREZA NO SEU CURSO...

Natureza no seu curso....jpg

NATUREZA NO SEU CURSO...

Deixem de se intitularem um qual Deus,
Deixando a Natureza seguir o seu curso,
Pois que os outros desígnios são adeus,
Por mais que a ciência invente discurso!...

A Natureza, essa, nunca estará fiel a ouvir,
Tanto que demais forças são controversas,
Mesmo havendo tantos idiotas a aplaudir,
Por correntes, deixando ventos às avessas!...

A Natureza, Mãe Suprema, não adormece,
Mantendo sempre os olhos bem abertos
E fazendo tudo aquilo que tanto acontece...

Assim, esquece essa ideia de a confrontar,
Por cujo terás o futuro de olhos cobertos,
Não de esperança, mas na morte a semear!...

Manuel Nunes Francisco ©®
- Imagem Amâncio Couto -
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.

 

AQUILO QUE FIZ...

Aquilo que fiz....jpg

AQUILO QUE FIZ...

Caso me interesse o que fiz,
Mais me importa o que faço,
Sou árvore de profunda raiz,
Por busca de regado abraço...

E o que fiz, de longe lá vai,
Busco interesse no presente,
Por quanto e tanto se esvai
E se esquecerá num repente!...

Ao que não fiz, tenho pena,
Pela coima ao que não farei,
Mergulhado no que hoje sei...

Por derramado leite se chora,
Em tanto aquilo da vida afora,
No presente que nos condena!...

Manuel Nunes Francisco ©®
      - Imagem da net -
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.

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