PRETO E BRANCO, AO MUNDO...
PRETO E BRANCO, AO MUNDO...
Penso por ti, pois que és preto,
Nascido numa qualquer cubata,
Morando nalgum bairro de lata,
Perdido, como se num deserto!...
Mas não tenho sequer pena de ti
E pelo que não tendo esse direito,
Eu branco, tu preto, cujo espreito,
De longínquo berço, do qual parti!...
Sinto pena, ao cujo de ti pensam,
Vestindo cor e camisa de branco,
Nessas ideias a que se confessam...
Numa escala de quanto cinzento,
Áurea poltrona, teu pobre banco
E sendo nós iguais ao nascimento!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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