Ganhei asas, para me libertar, Expandir-me aos céus e acelerar, Em tais garras, para desmembrar, Tudo e quem me ouse acorrentar!... Umas vezes águia, outras borboleta, Tantas vezes coxo, quando não atleta, Comendo papas na mente mais esperta, Acelerando rectas, por curva encoberta!... Sou alguém em metamorfose, Esquadrinhando ninho a merecida pose, Quantas vezes em linha que não cose, Por agulhas de tamanha dose!... Escolho voos, sobre massa bruta, Gente reles e articulada astuta, Uns simplórios filhos da puta, Sempre com a mente à escuta!... Desenvolvi gancho de escorpião, Escondido, entre pedras de imensidão, A que não me detectem nesse guião E tropecem na camuflada solidão!... Tanto longe daquilo que pensam, Pelos cantos em que se esqueçam, Pelas críticas e quais adormeçam, Nos seus pecados, que não confessam!... Faço o meu trajecto pelo azul celeste, Sobre o cume do monte mais agreste, Ao longo do tal deserto que me veste, Longe daquele que quanta ira reveste!... E é certo que mereci estas minhas asas, Conseguidas em tais lutas e façanhas, Nunca as tuas, concluídas patranhas, Viscosos venenos, em jardins de rosas!... Assim, abro esta minha envergadura, Simples ser, talvez asada cavalgadura, Sobrevoando os céus, em tal postura, Seja de dia, ou por quanta noite escura!...
Tenho andado calado, mas hoje acordei com os pés de fora!... Intriga-me a "luta feroz" de um povo, assim como o corrupio constante dos seus (des)governantes, quanto à fervente tentativa de dar razão a quem quer que seja e envolvente, naquilo que diz respeito à actual guerra no velho continente! Reafirmo a minha intriga, alto e bom som, interrogando quantos o fazem, designadamente neste esquecido rectângulo, à beira-mar estagnado, tentando compreender a razão pela qual e semelhante nada fazem, em quanto nos diz respeito à causa e perda da soberania de Olivença...Bom, talvez e segundo reza a história, naquilo que é obscuro e pouco referido, que tenhamos perdido a razão, a partir do momento em que não cumprimos o estabelecido, –coincidência no facto actual europeu e no contexto de acordos internacionais!–, pois que seria nossa obrigação entregar a anexação, na América Latina, quanto à expansão dos estados do Rio Grande do Sul e do Mato Grosso sobre territórios a sucessivas conquistas às colónias espanholas, para que nos fosse devolvido o território ainda hoje em posse de Espanha, contrário ao decidido por Tratados de Paris de 1814 e Viena de 1815 e cujo mapa internacional ainda demarca como fronteira indefinida, –pelo menos alguns!–... Porém, a preocupação e sangue fervente, declara-se para aquilo que vai na casa do vizinho, um tanto além fronteiras! Se pensassem pela própria cabeça, veriam e sem sair da Europa, os casos mais flagrantes de Gibraltar e Chipre, tanto a Catalunha, pelo que todos assobiam para o lado, pois há que agradar a gregos e troianos, enquanto a própria Europa se cala e enrola o rabinho entre as pernas... Que se saiba e numa certeza, o planeta Terra teve uma origem sem fronteiras e todas as que foram designadas serviram, simplesmente, os interesses de quem queria governar e o poder, pois que e única existente, era aquela que estava para além ao desconhecido do Universo! Não queiram servir de mão direita de um qualquer novo "Criador"... Pensem e acordem, sem vender o desconhecido! Sem fronteiras e interesses, não haveriam guerras...
Esta tarde, enchi-lhes aquela banheira E com eles tomei banho... Observando-os, pintassilgos, pardais, Melros, pombos e tantos mais, Ali postado, por detrás dos cortinados, Para que não se assustassem, Fossem felizes, à sua maneira, Fazendo do pouco lago tamanho, Sem que de mim nada soubessem... Tornou-se, quase, obrigação diária!... Às vezes, fico à espera dos seus mimos, Desafiando-lhes a paciência, Saltitando, desencontrados, Para que eu saia do quintal, Aquele espaço, por perto nada de igual, Ao que os atraio, numa magnificência, Nalguma ideia que nos sorrimos... Loucura minha, de maior certeza!... Porém, é certo que me agradecem... Tal como eu, filhos de um deus, merecem, Pois, de mim, são actores de realeza!... Amanhã, caso cá ande, mudarei aquela água, Sonhando as suas asas, nem que fosse uma légua!... Ah, quantos anos de vida eu daria!...