Sigo a estrada do idolatrado destino, Buscando segundos a horas perdidas, De um tempo que não mais se alcança, Daquilo que já passou, raso e no pino, Brasas incandescentes, tanto ardidas, Feitas em cinzas, numa tal lembrança... E controlo as mais desafiantes curvas, Contornando o risco a certo derrapar, Desafiando extensas rectas seguintes, Deixando pelo vento as mentes turvas, Por quanta imensidão para esfarrapar, Em que árvores e bermas são ouvintes... Embalo-me pelo roncar de qual mota, Tampouco me importando se a minha, Ou de outra qualquer e que me segue, Importa-me, sim, ouvir a mesma nota, Sinfonia para os ouvidos e mansinha, Na força que o seu motor à via pregue... Sigo o crepitar cativante do horizonte, Da vida, do Sol, dum azul que alcanço, Pelo desafio aos pássaros que tal vejo, Afastando-me da dormência e a monte, De uns quantos no mais diário balanço... E, portanto, sigo, guiando esse desejo!...
I follow the road of the idolized fate, Searching for seconds to lost hours, From a time that is no longer attained, From what's been, shallow and pin- Glowing embers, both burned, Made of ashes, in such a memory... And I control the most challenging curves, Bypassing the risk to certain skidding, Challenging long following straights, Leaving the blurred minds by the wind, By how much stun to stun, In which trees and berms are listeners... I'm snoring from which bike, Nor do I care if mine, Or any other one who follows me, I do care, yes, to hear the same note, Symphony for the ears and meek, In the force that your engine to the track preach... I follow the captivating crackle of the horizon, Of life, of the sun, of a blue that I reach, By the challenge to the birds that I see, Moving away from numbness and the mound, Of a few in the most daily balance... And therefore I follow, guiding this desire!...
Pela tua pessoa lamento, Pois por tua cabeça não pensas, Alinhando por outros pensamentos, Palavras, sons, de outros ventos E pelos quais na praia rebentas, Como ondas insípidas e sem sentimento!... É tua a culpa, nesses alinhamentos, Que o mundo não pula e avança, Perdido e afundando-se, sem esperança, Pela espuma dos teus lamentos!... Tenho pena, que não acordes, Pendurado na corda que mordes E que outros esticam, a seu prazer, Enquanto tu morres, por escolhido sofrer, Um tanto feliz e contente, na dança de tons, Não que sejam os teus dons, Porém, notas desafinadas, às quais alinhas, Rapando e cacarejando, como galinhas, Num cativeiro e qual te meteram, Na trampa e que por ração te deram!... Lamento, por ti e por me arrastares, Pois não me vejo na rota desses andares!... São teus, tais fatídicos adormecimentos, Alinhamentos... e morte de teus rebentos!...
Chefes?!... Nem que sejam patrões, Quanto mais reles chefes!... Puta que os pariu a todos!!... Quem são, para em mim mandar?!... Podem decidir o que fazer, A que não me tomem de escravo, Pois tanto precisam de mim, Como eu deles assim preciso!!... Somos linha férrea, paralela, Dentes do mesmo ciso, Tinta única, perfeita aguarela E pintando no mesmo sim, Num descoberto esborratar, Não burros, servindo almocreves, Ferraduras, em amolgado cravo, Bestas, pasto de moscas, a morrer, Obedientes a quantos códigos, Aos mais camuflados ladrões E ao que não sirvo tais vilões, Nem que me lambam os colhões!!... Tais chefes e demais, que só sabem mandar, Ministros e supostos presidentes, Sobre os quais me sento, a cagar, Os calco, que nem serpentes, Por tudo aquilo que sabem!... Esses, necessitam que os enrabem!!...