Tenta abrir este teu presente, Com a chave de certo passado, Por quanto andou tão ausente E sem chegares a nenhum lado... Esses amigos que abandonaste E ao que nunca fizeste questão, Tantos foram e não procuraste, Esquecidos por qualquer razão... Abre as páginas desse teu livro E cujo encerraste há longa data, Pelo qual também não me livro, De uma certa vida que nos mata... Ousa navegar ondas pretéritas, Nessa já mais que podre canoa, Sem teres medo de ubi veritas E por tanto que ela te mais doa... Num novo livro e novas folhas, Escreve outro capítulo da vida, Lírica chuva, na qual te molhas, Por tal terna água não perdida!...
Se respeito a opinação de uns cerdos?... Claro, pelo aparte a tal sociedade!... Ao que não me tentem somar a lerdos, Deixando-me pela minha vontade!...
Nunca farei parte de carneirismos, Tampouco quem se deixa comprar!... Não sigo por caminhos de cinismos, Cuspindo em quem me tente dobrar!...
Tenho os cornos demasiado afiados, Prontos a investir contra quem seja E os cascos no chão bem assentados...
Mordam-se, onde vos der mais prazer, Rasgando a vossa carne e tanto se veja, A que vos darei desprezo, a meu lazer!...
Algo que não perco, é a esperança!... Acreditando que a vida é uma dança, A última a morrer e por lembrança, Enquanto qual futuro pula e avança!...
A vida, é uma luta que demais cansa, Por esta viva guerra e cuja de intensa!... Pobre daquele, que tanto se amansa, Nessa tão linha fraca, porém, de tensa!...
Esta esperança, é como de um qualquer, Quer seja homem, distinta raça, mulher!... Cada qual, terá que a esperança escolher...
Lutar e definir-se, pelo trilho que houver, Sem deixar que alguém meta a tal colher... E ao que a esperança seja guerra de saber!...
Já costurei os figurinos convincentes, Pois vou seguir a arte de comediante... Encomendei argumentos semblantes, Pra que convença a plateia ignorante!...
E fazendo o tão possível por aprender, Pois quero ser figura tanto destacada... E quero lá saber de quem se irá foder, Pela qual peça encenada e descarada!...
Interessa que os bobos batam palmas, Chorem, sorriam, nessa representação E em sujos pratos raspem a encenação...
Na maior das bebedeiras e das calmas!... Vénias, ao quão perfeito argumentista E a esta minha veia de tamanho artista!...
A VERDADE é uma VIRTUDE, madrasta dos imbecis!... Por mais terna e verdadeira que seja, a mais odiada, Mesmo quão de meiga, educada e lhes dê sustento, Nada lhe reconhecem, mesmo sentados nos quadris, Daquela madrasta, mais que plena mãe e orientada, À qual e tudo que diz, aldrabam sempre argumento!...
Ah, a VERDADE e cuja todos teimam não reconhecer!... Aquela fonte, pela qual todos deveriam tanto beber, No entanto, preferindo morrer de sede, a tal dobrar, Seja na escuridão adentro, tão-pouco ao amanhecer, Perdendo as virtudes da latitude e de quanto saber... A VERDADE, essa madrasta, dá-nos tudo, sem cobrar!...
A minha vida é do mais secreto dos segredos, De quanto em mim vêem a deambular, A distinta prisioneira dos meus degredos E que a demasiados deixa tanto a pensar!...
É uma vida como tantas outras existem, Despejada ao mundo, para tamanha guerra, Mas havendo sempre aqueles que persistem, Que fomos deitados num paraíso, de nome Terra!...
A maior diferença, está num viver em liberdade, Nos mais profundos e individuais pensamentos, Assim, possuindo tudo e pela sua única vontade!...
A minha vida, é luta constante contra a subserviência, É a minha guerra e para a qual não sigo testamentos, De mente aberta, própria e por trilhos da resiliência!...
Inconvenientes, são quem não se deixa embalar, Não interessando se da Direita, ou de Esquerda, Em ataque constante, pela alta verdade a escalar E deveras perturbante a democracias de merda!...
Inconvenientes, são os resistentes e pura razão, Aqueles que nunca se vendem por quanto seja, Uns quantos e já poucos, que não beijam a mão, Tampouco a estendem e quem nunca se rasteja...
Àqueles que andam de falinhas deveras mansas, Vendendo trocadilhos e adormecendo quantos, Em discursos e promessas, regalando as panças!...
Inconvenientes, são quem não se deixa domar, Cujos guerreiam interesses, elevando espantos, Enfrentando bestas que nos tentam sodomizar!...
Democracia, é apresentar e respeitar ideias, Dar liberdade aos mais diversos pensamentos, Nunca seguindo os cadeados de tantas teias, Defendendo a luta, a ousadia dos argumentos!...
Democracia, é não calcar quem quer que seja, É nunca criar inimigos nas diversas diferenças, É não ser acorrentado àquilo de quem despeja E usando os sentidos, em cuja verdade venças!...
Enquanto tal não entenderes, nunca serás algo, Tampouco alguém e por demais que o digas ser, Somente correndo a pista de um qualquer galgo...
Aquele que se cansa, à tentativa de falsa presa E, no final da corrida, se deita, num adormecer, Por quanto se dizem defensores, na sua defesa!...