Constrói-se um jogo de manipulação, Num qual perfeito tabuleiro de xadrez, Fazendo-se o avanço, individual e à vez, Espalhando-se mentiras, pela confusão!... Preparam-se estratégias de xeque-mate Pelo que os reis conspiram a vitória, Procurando riquezas, quanta glória, Enquanto os peões morrem no embate!... Os bispos movimentam-se às posições, Enquanto os cavalos sofrem arremessos E as rainhas lá se encostam aos adversos, Ao que as torres caindo, nas explosões!... Aproximando-se a tal defesa, o roque, Pelas jogadas desenhadas de antemão, Tão próprias de um qualquer charlatão, Comprando a notícia, na qual se foque!... Este é o jogo, para o qual ninguém acorda E todos servindo de tabuleiro ao embuste, Das mais reles peças e por mais que custe, Oferecendo as mãos a quem mais morda!...
Desafio tal espaço à minha volta!... Dá-me pena, revolta, este mundo, Como se o Diabo andasse à solta... Maldito este cheiro, nauseabundo!...
Empertiga-se toda uma geração rasca, Tentando mostrar algo que nunca teve... Respeito, a moral, tanto de reles tasca, Cuja a qualquer consciência tudo deve!...
Dá-me náuseas, quanto não deveria ver, Sentindo esta humanidade, sem qual ser... E vomito, pela presença de quanto vejo...
Desafio o espaço, por tamanho desejo!... Reclamo a Deus, ao Diabo e aos arcanjos... Vendo tais pecadores e jurando-se anjos!...
Esquece este mundo à tua volta, De falsidades e quanto egoísmo, Ódios, guerras, drogas, sequelas, Parasitas e fazedores da revolta, Mergulhados nalgum narcisismo E falsas exposições de aguarelas!...
Acorda para o mundo que resta, Esse que se movimenta ao redor E sem que tal te dês por quanto, Que adoras, mas que não presta, Naufragando por desmedida dor E navegando em águas de pranto!...
Sê sincero, honesto e de correcto, Não carregues iras, a mesquinhez, Tentativas de certa superioridade, A que a vida é célere e sem afecto, Salvo o contrário decidas e de vez, Pondo de parte toda a tua vaidade!...
O mundo é construído a teu sonho, De ilusões, versos e de retrocessos, Próprio ao paralelo do ser humano, Assim, não acordes num medonho, Qual desassossego de uns tropeços, Vozes e rezas, entre um tal profano!...