Cada vez mais, gosto de quem sou!... Língua afiada, palavras à exacta altura, Aquelas que a liberdade me ensinou E sentido de quem pouca merda atura...
Qual merda e chamada de neurónios, A massa cinzenta e de certa cor preta, Mergulhada em cinzas dos demónios E qual, a luz individual, é tão discreta...
Assim, gosto desta minha forma de ser, Pensar com a minha cabeça e perceber, Os quantos pântanos podres existentes...
Posso nada ser, mas por muito sendo, Sabendo aquilo que sou e percebendo, Que sou parte dos já poucos resistentes!...
Adoro ouvir os machos latinos E campeões de salto em altura, Lançando sinais de andorinhas, Ignorando o que têm por casa, Certos só ligando de empurrão E quantos nem sequer pegando, Mestres de conversa, gentileza, Machos no peso que carregam E sustentando uma qual ilusão!...
Olhos cerrados, lindos meninos E certos ressaltos na cornadura, Obra às suas enormes adivinhas, Sentindo-se em lumes de brasa, Queimas e cinzas, que não terão E por entre quais se vão cagando, Pois que esse ego é de incerteza, Troca da coragem que entregam E sonhando ser algo que não são!...
Hoje sou poeta, amanhã, quem sabe, artilheiro!... Sou quanto fazem de mim!... Sou a ínfima moeda, em mealheiro!... E adoro continuar assim!... Sou quem não querem que seja, Talvez porque lhes dava jeito!... Sou revolta e que se veja E tamanha arma ao peito!... Sou um santo, pela calma, O Diabo, quando assim o querem, Mas nunca um paz-de-alma!... Prefiro ser filho da puta, Que de puta ser filho e se tal disserem... Sou guerreiro, oficial e não recruta!...
Dois rivais, que lutam em absurdo... O conhecimento e a ignorância!... Tanto que um é demais surdo, Reclamando extra sapiência!... Porém, o conhecimento prevalece, Por mais que o oposto reclame E nessa sua ignorância desfalece, Até que de besta alguém a chame... A ignorância, vive da ilusão, No fantasma da sua estupidez, Camuflada na sua hipócrita nudez!... Nessa eterna luta e infernal, Vence o conhecimento, do banal, Enquanto a ignorância vomita confusão!...