Ah, se eu pudesse!... Se tal fosse, seria juiz de causas, Escavaria a pena de morte, Para quem merece tamanha sorte E tanto me provoca náuseas!... Dar-lhe-ia o castigo que não esquecesse!... Sim, eu sei, que já me estão a condenar!... Coitados dos inocentes e nos direitos humanos, Mas que nunca de tal se lembraram, Naqueles que fizeram penar E que direitos não tiveram, Aquando desceram aos infernos, Às mãos de quantos consagrados, Bem protegidos e prendados!... Pena daqueles que sofreram, Sem que haja condenados E ninguém olhe aos desgraçados, À sina que ao mundo vieram!... Ah, se eu pudesse e me deixassem, Fazer a justiça merecida, Não haveria cordas que chegassem, Para a condenação conseguida!...
Esta noite, acordei sobressaltado, Após de um péssimo sonho... Sonhei que gostaria de ser branco, Aquela cor, tom de amarelo claro E cuja do ser um tanto idolatrado!... Estou farto desta minha cor, Apontado em todo o lado, Por um tanto mais que seja franco, Estigma de simplório, desgraçado, Na pele de quantos me ponho, Em deveras e tremenda dor, Sempre que pelas ruas me deparo!... Acordei, banhado em suores, Frios, longe de quaisquer amores... Todo o corpo me eram dores, Esperneando, por dissabores, Na certa e puta de sorte a minha, Na confusão em que me dei, Convulsões ao longo da espinha, Em quanto pesar de ser negro, Num demais absurdo desespero, Sabendo o quanto sou de íntegro, Um tal cidadão, o qual me esmero... E eis-me, o branco que se deitou, Que tanto esse branco o encantou E cujo no mesmo branco acordei!...
Quando eu morrer, voltarei, Para descobrir a vida que não vivi E por esse reencontro cantarei, A luz da vida, que até então não vi... Mergulharei nas águas do mar, Rasgarei a doçura dos rios, Saltarei das nuvens em que navegar E soltarei gritos de arrepios... Pela descoberta de horizontes, Aqueles que nunca tentei entender, Saciarei minha sede em secas fontes, Cujas jorrarão frescura de tal saber... Voarei sobre os cumes das montanhas, Arrasando os picos de verdes pinhos, Todas as árvores, por mais que tamanhas, Fazendo inveja a parceiros passarinhos... Serei espuma das águas contra a praia, Onda dos oceanos, num vai-e-vem E não havendo vento que me traia, No meu belo de cascata, sem de quem... Livre, como neve que vai caindo, Chuva e suave, em dias calmos, Soalheiros, de Outono, mas molhando E ouvindo a beleza de proféticos salmos... Ah, quando partir, terei logo de regressar, Nem que seja só por uns anos, Todos aqueles que andei a desperdiçar E cujos demais foram de enganos!...
Gasolina 95, ou Gasolina 98?... Alguns defendem que a gasolina 98 melhora a performance e o rendimento, outros dizem que é apenas mais uma forma das empresas petrolíferas ganharem mais algum e que, na realidade, não existem diferenças entre os dois tipos de combustível. Afinal quem está correto? Deve optar-se por gasolina 95 ou gasolina 98? Neste artigo vamos analisar e explicar as vantagens de cada uma. No final, a escolha recaí sobre o leitor. Características... Não é segredo, que a gasolina 98 é mais refinada que a gasolina 95, logo mais cara, sendo normalmente mais aditivada, o que significa que não só dará mais rendimento ao motor, como também possui mais oxigenadores e detergentes, que melhoram a capacidade de combustão do mesmo, ou seja, garante uma maior eficiência do motor do seu carro, (um melhor aproveitamento das suas características), como também reduzem os resíduos produzidos pela gasolina, limpam o motor e reduzem as emissões de gases poluentes. Porém, se nas restantes situações isso é aplicável a todos os casos, no que diz respeito a retirar o máximo do motor, vale lembrar que a maior parte dos veículos comprados pelos portugueses são vocacionados para baixos consumos (económicos, portanto) e não para alto rendimento ou potências elevadas. Portanto, em termos de potência, estão trabalhados para funcionar com gasolina 95. Por outro lado, se tem um carro com maior cavalagem ou cilindrada, o veículo provavelmente funcionará melhor com gasolina 98. Aliás quanto maior a potência, maiores diferenças notará no rendimento do carro se usar a versão “aditivada”. Ainda assim, é importante realçar que, embora os automóveis a gasolina, tenham uma menor durabilidade do que aqueles a gasóleo, limpar o motor ajuda a preservar durante mais tempo o veículo. Ou seja, pode ser uma vantagem económica a longo prazo. No entanto, não nos cabe a nós definir qual a melhor solução para o consumidor. Embora aconselhemos a usar a gasolina 95 caso prefira economizar a curto prazo e o seu carro seja de baixo rendimento. Por outro lado, se o seu veículo for mais “poderoso” e gostar de usufruir da sua potência ao máximo. Utilize a gasolina 98. Se preferir, pode sempre usar a gasolina 95 e limpar o motor ocasionalmente com a gasolina 98. Como é o processo de criação da gasolina... Na realidade, existem vários tipos de gasolina no mundo. Desde a gasolina de 87 octanas até Jet Fuel (combustível para aviação comercial), e embora todas elas provenham do petróleo, a diferença está nos componentes que são adicionados no processo. Para perceber as diferenças, propomos dar a conhecer, muito sucintamente, como é que um produto negro e viscoso se transforma num líquido amarelado, azulado, lilás, vermelho ou transparente. Não se preocupe, no final irá perceber o porquê da gasolina ser mais cara em Portugal. O crude, ou petróleo, chega num estado quase puro às refinarias (em Portugal, a Sines ou Leça da Palmeira) proveniente de várias plataformas petrolíferas por via marítima. É constituído por uma mistura de hidrocarbonetos (compostos orgânicos) e, quando é retirado das jazidas, geralmente traz vestígios de areia, pedras, água, etc., os quais necessitam serem retirados. Ou seja, é necessário decantá-lo ou filtrá-lo, separar os vários elementos do crude, originando um material mais limpo. Nessa fase, é então refinado numa torre, onde extraem todos os combustíveis do mundo. Nesta torre de refinação, o petróleo passa por 3 etapas: a destilação, a conversão e os tratamentos finais. Na primeira fase, a destilação, o petróleo bruto é aquecido até ao seu ponto de ebulição (ponto em que passa do estado líquido para o estado gasoso) e à medida que vai diminuindo a sua temperatura, vão-se separando diversos hidrocarbonetos sob a forma de gases. Estes são armazenados em vários estágios da torre. Na parte mais quente da torre, a cerca de 600ºC, são produzidos ou extraídos os gases do petróleo que servem para abastecer navios. São estes os combustíveis menos refinados. A cerca de 350ºC, são libertados gases para fabricar óleos lubrificantes e a 20ºC surge, então, o refinamento do gasóleo diesel, usado em automóveis e motorizadas. Só aos 170ºC é que são libertados os gases necessários para produzir Querosene e Jet Fuel. Somente quando os gases estão a 120ºC, posteriormente são armazenados para produzir gasolina para automóveis. Já nos 70ºC são armazenados os gases para produção de nafta e a temperaturas muito baixas encontram-se a partículas mais refinadas e com menos densidade, que servem para a produção de GPL (Gás de Petróleo Liquefeito). Incidindo só sobre a gasolina, na fase de tratamento, depois de separados os gases para a produção de gasolina, estes são arrefecidos para voltarem ao estado líquido. É nesta fase que são incluídos vários aditivos como octanagem e oxigenadores, detergentes e corantes. São estes componentes que servem para aumentar a potência e limpar o motor. Portanto, quanto maior for a sua inserção, maior será a sua qualidade. Como se sabe, a qualidade da gasolina, fica então associada à sua resistência e à compressão, ou seja, ao índice de resistência à detonação de combustíveis usados em motores no ciclo de Otto. O índice faz relação de equivalência à resistência de detonação de uma mistura percentual de isoctano e n-heptano. Quanto mais aguentar, melhor será. Isto levou à criação e medidas de qualidade, baseadas essencialmente no índice de octanas. Existem vários: desde gasolina de 87 octanas, a 89, 90, 91, 92, 95, 98 e até 100 octanas, sendo esta a mais alta e de melhor qualidade. Assim sendo, é apenas vendida em alguns países. Na Europa, por exemplo, a Itália e a Alemanha são dos únicos que vendem este combustível da mais alta octanagem.
Que sentido faz esta divisão do mundo E enquanto somos filhos desse mesmo?... Que opinião fazem tamanhas fronteiras E criadas pela ganância do ser humano?... Qual a razão existente em tal hipocrisia, Quando a mesma terra nos há-de comer, Ao que o mesmo pó por nós se espalha?... E tais abarrotadas malas não levaremos!...
Para que serve tal pensamento profundo E se toda a nossa vida não passa de esmo?... Ao que levam tais métricas de bebedeiras E vociferadas tonturas do clero e profano?... Para que servem tantas palmas de cortesia, Por discursos feitos para esquecer e temer, Incendiadas promessas e escritas em palha?... E não sejamos arma, ou bala que usaremos!...
Sussurra-me, junto aos ouvidos, Esta chuva, enquanto vai caindo, Pelo qual caminho em que vou indo, Alimentando-me a esperança, Transportando-me a lembrança... Alimenta-me o vento, que sopra, Por quantos pensamentos destemidos, Dando-me forças para continuar, Na sua mais que perfeita das energias E clarividência no que há-de atenuar… Procuram-me as gotas, como lágrimas, Batendo-me no corpo, como se a porta, Naquela meiguice que tanto importa E sem que se encerrem janelas… A vida é uma fonte de incertezas, O místico poder de quantas armas, Com disparos de dissabores, Esquemas, feitiços de amores, Em bebedeiras de sonhos e magias, Pelas mais inimagináveis realezas, Quantas delas as mais belas… Assim, oiço os ensinos da chuva, A mestria e sopro do vento forte, Outras das vezes quão suave, Porém, assentando como luva, Como bússola, Estrela do Norte, Por voos e asas de arrojada ave… Os charcos, tento afastar-me deles, Incertos e de profundas manhas, Preferindo a distancia das montanhas, As suas encostas e paridas dos vales, A neblina que acaricia o cume, Tépida, mas ardente, como se lume E sem que alguém a possa apagar… Que haja chuva, vento, tal nevoeiro, Mas por quanta esperança no ar E que o amor nos seja parceiro, Pelo palco da mais idílica ópera!...