QUEM ME DERA, BOCAGE!...
QUEM ME DERA, BOCAGE!...
Ah, quem me dera ser um novo Bocage,
Quão abrasivo e detestado quanto ele,
Não sendo designado de quem não age
E sempre sentindo no corpo a sua pele!...
Saciar-me na sua sombra, por quanta luz
E tal deambulando, sempre ao seu lado,
Ser fértil poço, água de um seu alcatruz
E afogar a voz a qual suposto iluminado!...
Quem me dera, Bocage, quem me dera,
Ser odiado, a boca de tuas ricas palavras
E por entre este montado circo ser a fera!...
Quem me dera, para a tua raiva ser infusa,
Ser entregue porta a porta, como se obras
E a quanta gente sedenta, demais confusa!...
Manuel Nunes Francisco ©®
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