Talvez que o homem esteja errado, Estando a necessitar de nova Bíblia, Outro livro de Torá e novo Alcorão, Qualquer outro criado Livro Sagrado E merecido, no meio desta confusão, Cujos e de quantos, demasiados são!... Creio que tal Deus se ri de todos nós, Sendo indivisível, numa una homilia E pondo à prova a fé de quantos vós, Fervorosos devotos de tais doutrinas, Mas só alimentando certos interesses, Portanto de quantos se enriquecem E com discursos de quais pantominas, Anunciado profeta, porém canastrão, Omitindo história e cujo envaideces!... Ah, doutrinas, de proféticas religiões, Sementeira de guerras, de confusões, Destruidoras do mundo e sem razões, Inúmeras disputas e diversas regiões!... Deus e se acaso existente, será único, Pelo que não sejas cego, nem pudico, Nunca sigas aqueles que te esquecem, Sequer leias contos, cujos adormecem, Nem oiças quantos nada te merecem!...
Maravilha, termos o conhecimento de falar, Discutir, numa capacidade filosófica, Construirmos palavras para o pensamento, Não zurrando como equiparado jumento, Ou expressar como outro qualquer animal!... Sabe-se haver paralelo num diálogo, Mesmo em seres não nossos parentes, Com semântica de um diferente catálogo, Numa construção de outras mentes, No entanto nalguma análoga lógica... Porém, nada que se possa comparar, Nesta plataforma tão abismal, Pois possuímos termos para o quer que seja, Mas servindo as expressões de bandeja E simuladas pelas entrelinhas, Por tantas outras ideias mesquinhas... Triste, entretanto, é o efeito conseguido E por quantos variados interesses vendido, Levando-me a questionar o seguinte: Qual a razão, pela qual não nos entendemos?!... Porquê não somos tal perfeito ouvinte, Neste Universo, em que todos nascemos, Na mesma forma nos desenvolvemos E, portanto, em semelhante morremos?!...
Ano atrás de ano, perdemos a inocência... Deixamos de acreditar na raça humana, Nalguma quão e evidente clarividência, Da tão reles sociedade que nos engana!...
Pelos trilhos do tempo pisamos pedras, Soltas e nalgum caminho feito de areia, Dificuldades, cujas alimentam as regras E que, na inocência, sequer temos ideia!...
O tempo vai passando, criamos caparro, Não muscular, mas muito mais mental, Sacudindo o que mandam, como barro, Perante tantos juízos deste vil tribunal...
Com o andamento e o passar dos anos, Apuramos o conhecimento na verdade, Cuja nos chega, por esburacados canos, Ao que a inocência nos deixa saudade!...
Recordo os meus tempos de fé, Pois diziam-me mover montanhas, Servindo-me de cafeína, à ausência de café E enquanto estudava as suas manhas... Cada qual se agarra ao que tem, Em momentos que algo nos falta E, assim, toda a fé vai e vem, Sempre que um problema nos assalta!... Hoje tenho fé, na fiúza que já não tenho, Em tanto que a crença nunca me deu, Agarrado à confiança do desempenho... Portanto, qualquer fé é temporal, Com a morte anunciada, que mereceu E de quanta pregação imoral!...
Nunca destruas, quanto não consigas reconstruir, Deixando que tal o seja num qualquer final feliz, Pois o tempo se encarregará de assim o destruir... Acredita, não sou eu, mas a história que tal o diz!... O tempo passa, levando tudo no espaço e erosão, Deixando meramente pó, daquilo que já foi rocha... Assim, deixa tudo a seu tempo e solta a confusão, Cuja transportas contigo, sem a luz de uma tocha!... Decide-te, enquanto há tempo e pouco restante, Preserva a tua história e qual história dos outros, De tantos os antepassados e não sejas ignorante!... Aprende, construindo a tua história para o futuro, Para que outros a preservem e tantos teus louros E não sendo somente pedras para mais um muro!...
Já reservei o meu bilhete, Estando em vésperas de partida, Com lugar marcado no foguete, Em qual embarcará a vida... O resto, que dela sobra, Pois que a viagem está no fim, Pelo meio de quanta manobra, Ao que a morte chama por mim!... Tenho toda a bagagem definida, – Mas nada levando comigo! –, Numa mala e já tanto ressequida... Sei não precisar de passaporte, Que o controlador é meu amigo E entendedor dessas coisas de morte!...
Percorro quilómetros, um papa-léguas, Pelo passeio, ou à berma duma estrada, Por montes e vales, ou entre arvoredos, Ao que a estas pernas não dou tréguas, Desbravando a natureza e seus segredos... Comento umas taralhoucas observações, Comigo próprio e ao que me julgo louco, Embora, algumas vezes, com a bicharada E segredando-lhes algumas inquietações, Ou ideais, confissões, de tudo um pouco!... Outras vezes, lá desgasto pneus da mota, Indo para o asfalto e procurando destino... Aqui, ou tanto à frente, faço certa pausa, Sem contar o tempo, pois pouco importa, Tendo todo o tempo e desde pequenino, Cujo algum restante o que está em causa... Portanto, esse entrego-o à Mãe Natureza, Para que faça dele e de mim, o que quiser, Agradecendo qual pôr-do-sol e tal beleza, Dando-me esse tempo que mais merecer!...