Tenho dificuldade em acreditar, Nos homens e nesta sociedade; Faço uma relutância em aceitar, A que sequer impere a verdade... Premedito o anunciado abismo, O caminho erróneo do homem, Talvez alimentando certo cismo E vãs ideias que me consomem... Porém, vejo-o, nesse naufragar, Perdido e amarrado a si próprio, Sem margens, por onde ancorar, Agarrando-se a quanto inglório... Afogando-se e ténue de forças, Em gritos, soluços e sofrimento, Debatendo-se contra as rochas, Sem que alguém lhe dê alento... A tal naufrágio da humanidade, Supera uma esperança à glória, O acordar a tanta imbecilidade E reconhecer trilhos de vitória... Portanto, restem as maravilhas E sejamos actores de fantasias, Encenadores das mais partilhas E regando jardins de novos dias... Ao que o mundo é maravilhoso, Cheiro de acácias e verde pinho, Rosas crescendo por chã odioso E numa paz florida de mansinho... Muito para além dos horizontes, Encontrarão algo que procuram, Outro mundo, ternura a montes E toda a alegria que perderam!... Em semelhante tentarei florear, Tais campos percorrer no delírio, Longe do que se anda a semear, A que nada colha de tal martírio!...