Sempre!... Sempre serei assim E nem tampouco quero mudar, Não esperem diferente de mim, Sendo que se irão enganar!... Sempre, mas sempre, tal serei!... Seja para uns, Deus, ou o Diabo E serei pior a que tanto não sei, Santo algum, ao fim e ao cabo!... Nem nunca farei de gato-sapato, Aos olhos do mundo e qual seja, Mas para quem me seja ingrato Peçam à Besta que tais proteja!... Sempre... pelo que não se veja!... Nunca tremendo nas fraquezas E olhos de quem não pestaneja, Firme, a tantas almas indefesas!... Serei, sempre, amigo do amigo!... Tirando a camisa pra oferendar, Enquanto não me virar inimigo, De causas que não ouse sonhar!... Quase sempre... e talvez nunca!... Talvez que nunca caia por lama, Dormindo na rua, ou espelunca, Sempre... sem a voz que chama!... Voltarei ao mesmo de sempre, Sempre eu... e sem mudança!... Sem precisar quem me lembre Que é a morte a tal esperança!...
Talvez seja o princípio... do fim! As nuvens vestem-se de negro, As feras avançam num festim... E por penumbras do íntegro! As aves tombam aos montes, Os mares avançam pra terra, Enquanto rios galgam pontes E os homens semeiam a guerra! Todos corremos acelerados, Sem entendermos qual destino, Sendo demais os desgraçados E poucos os que têm tino!... Não creio no Apocalipse, Mas no triste destino do homem, Nalgum preâmbulo de elipse E é tempo que os sinos dobrem! Talvez seja o auge... e no princípio, Tal não se querendo reconhecer, Que o mundo tornou-se hospício E da noite pro amanhecer!...
Defendo, ternamente, os animais, Nessa sua companhia e dedicação, Por enorme protecção a esses tais E eis-me comentando qual razão!... Castram-se uns tantos dos machos, Laqueiam-se umas tantas fêmeas, Admirando-os ao longo de riachos E dando-lhes das mesmas sêmeas! Castra-se o gato, um cão e o burro, Um porco, cavalo, qualquer animal E ai de quem comente em sussurro, Ou, nalgum desacordo, dê um sinal!... A mulher, essa castra o seu ser viril, Enquanto este a fecha a sete chaves, Não vá alguém gostar do seu perfil E para que não surjam uns entraves!... Ah, foda-se... e por este engano meu, Pois que estamos a falar de animais!... Além desses, é ver quem mais fodeu E assim que se fodam os outros mais!...
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Questiono as pessoas, a malvadez, Tamanha mesquinhez e estupidez, Os sorrisos por entre dentes, Nas verdades sempre ausentes!... Questiono toda a soberba, hipocrisia, O iludir o próximo, em falsa cortesia E sabendo eles a ingenuidade de tais, Mas rezando os sete pecados capitais!... Questiono os variados Livros Sagrados, Postos de canto, há muito abandonados, Mas sacudidos do pó, ao que necessários E tirados dos mais imponentes relicários!... Tanto mais inquestionável eu questiono, Sempre que a moral ande ao abandono, Que a mentira sirva interesses E cujos pecados não confesses!... Assim te reclamo ao confessionário, Onde pronunciarás o mais ordinário E dentro do qual visto de batina, A que todos oiçam e não em surdina!... Questiono e até a mim me interrogo, Pois pecados assino a meu rogo, Nalguns segredos que transporto E me servirão de travesseiro aquando morto!... Indago, por quantos dos meus pecados, Vasculhando em tantos dos meus recados, Nalguma incerteza se o mesmo farás E sonegando o que não comentarás!...