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VELAS QUE BRILHAM

Velas que brilham III.png

VELAS QUE BRILHAM

Brilham, ao longo da estrada,
Velas, no sentido da esperança,
Iluminam toda a calçada
E até onde a vista alcança...

Metros, quilómetros de pavio,
Alimentados por tanta cera,
Por percursos que não confio
E pensava que já esquecera...

Deitam, ao céu, cândida luz,
Sublime mensagem de paz,
No silêncio que a produz...

Descartando as incertezas,
De algum momento fugaz,
Às mais e oníricas certezas.

( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.

SANGRENTAS CAUSAS

Sangrentas causas II.jpg

SANGRENTAS CAUSAS

Uma mão aperta a outra mão,
Enquanto outra segura a faca,
Sacodem-se em trocada razão
E a que sobra espeta a estaca...

Não são as armas que matam,
Mas os homens que as tentam
E esses matam que se fartam,
Por aqueles que as inventam...

Assinam acordos sem valores,
Tampouco que moral tenham
E livres de quaisquer pudores...

Enriquecem a negócios feitos,
Cujos números se empenham
E por demais corpos desfeitos!...

( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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ZOMBARIA DE ELITES...

Elites I.png

ZOMBARIA DE ELITES...

Olá, senhor doutor!...
Como vai, senhor prior?...
Olha lá, ó agricultor,
Que não passas de cultivador,
Põe-te ao largo do caminho,
Senão levas no focinho!...
Têm toda a maior razão,
Pois não tenho canudo,
Mas é com a minha ração,
Que é ver-vos o mais pançudo!...
Como está, senhor engenheiro,
Como vai, senhor deputado?...
Desculpem, de cão, sou um rafeiro,
Talvez mesmo um desgraçado,
Um simples votante na urna,
Mas sendo do meu dinheiro
E por todo o ano inteiro,
Enfiados na vossa furna,
Que todos cantam de galo,
Só que não sou vosso vassalo!...
Sou do povo,
Isso sim e não digo nada de novo!...
Adoro ser padeiro, sapateiro,
Aquele simples carpinteiro,
Homem do lixo, pedreiro,
O mais ilustre calceteiro,
Cuja obra piso o dia inteiro,
Simples mestre cozinheiro,
Vendedor de porta a porta
E as críticas não me importa!...
Serei um singelo electricista,
Ou mesmo o mais artista,
Um quanto perfeito artífice,
Sem o mais pequeno défice,
Serei tudo, nem que seja joalheiro,
Mas suando o meu dinheiro!...
Assim são as profissões,
Mesmo aquelas que esqueci,
Ou aqui não reconheci,
Pelas mais diversas razões!...
Como vai, senhor advogado?...
Como está, sua excelência?...
Tenho, para si, um recado,
Todo de maior urgência!...
Para si, sou todo ouvidos,
Já que estamos comprometidos!...
E eu, no que fico, como vulgo?...
Esquecido, pelo que julgo!...
Em todo este vosso jogo,
É ver-me em tamanho jugo!...
Só me resta perguntar
E sem querer opinar,
Se não sois filhos da puta,
Esperando suprema luta?...
Como vai, senhor magistrado?...
Como os outros, para o mesmo lado!...
E dei-me a tanto trabalho,
De moer o meu raciocínio...
Era mandá-los pro caralho,
Por quanto meu vaticínio!...

( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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IDOSOS QUE SOMOS

Esperança que resta.jpg

IDOSOS QUE SOMOS

O mundo é mais idoso que eu,
Como se não houvesse certeza,
Mas de nada se esqueceu,
Nem perdeu quanta beleza!...

Acompanha-me a par e passos,
Por caminhos, de légua a légua,
Sem se padecer dos meus cansaços,
Nem tão-pouco me dando trégua...

Tem barbas em qualquer lugar
E de tantas cores diferentes,
Que de tal se anda a gabar...

Que as minhas ficaram brancas,
De regadas com águas quentes,
Pelo que irão secar às tantas!...

( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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BEBEDEIRAS DE MIRAGENS

Bebedeiras de miragens.jpg

BEBEDEIRAS DE MIRAGENS

Corto as minhas fatias de pão
E bebo o meu copo de néctar,
Tal vinho, fonte de esperança,
Mas sem que eu perca a razão...
Nalguma bebedeira de sonhos,
Tudo tento antever e detectar,
Fugindo a tropeços enfadonhos,
Fechar ao mundo uma aliança...
Escolho pontos de luz, no astro,
Que nesta viagem são mastro,
De um navio em que embarco,
Quão utópicas saídas do charco
E por águas de um qual oceano,
À esperança de um não engano...
Pontos e quanta luminescência,
Essa rosa-dos-ventos, referência,
Estrelas, por qual noite obscura,
Na penumbra que demais dura
E bebo, ao correr duma nuvem,
Clara, em trajectos sem destino
E como se inocência de menino,
Em traquinices que me turvem...
Absorvo o meigo voar das aves,
Pelas suas viagens num infinito,
Na vontade de deitar um grito,
Num invejar das batidas suaves,
Por não ter asas pra tal viagem
E ficando-me por esta miragem...

( Manuel Nunes Francisco ©® )
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VENTOS DE IRA

Saramago vs A cegueira.jpg

VENTOS DE IRA

És tu, sou eu, somos todos,
Fantasmas deste cemitério abandonado,
No jusante de um qualquer rio,
Transbordando restos do prometido,
Tudo o que alguma vez foi declarado,
Em frias noites de Inverno e sem brio,
Por escritas um tanto a rodos
E para depois ser esquecido...
Os tempos mudaram, mas não de todo,
Nada mais deixaram que um engodo
E tamanho retrocesso cavalgado...
A besta, foi sempre o mesmo desgraçado,
Comendo a palha que o Diabo espalhou
E os cavaleiros sempre ao alto e erectos,
De botins e esporas afiadas,
Cavalgando ao longo dos ventos,
Fazendo disso jornadas
E comendo pão de quem o ganhou!...
Os ciclos estão de volta,
Sem que ninguém se aperceba,
A fome, a desgraça e sem escolta,
Para suores de quem o conceba...
Semeiam-se ventos de ira,
Para que colheitas se façam
E podem dizer que é mentira,
Porém os remoinhos já dançam,
Mas não por salas de baile...
Que as orquestras se afinem
E se cubram os mortos com xaile,
Em cujos canhões se alinhem!...
Serão novos sopros de mudança
E cujos tempos assim ditarão,
Nalguma busca de bonança,
Por campos e rotas de alcatrão!...
Entretanto, vamos deambulando,
Assobiando para o lado,
Tu, eu, todos e sem ver a razão chamando,
Neste cemitério e jazigo anunciado!...

( Manuel Nunes Francisco ©® )
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AQUELES TEMPOS DE ESCOLA

Escola Primária de Pedrógão Pequeno IV.jpg

AQUELES TEMPOS DE ESCOLA

Recordo-me, frente à escola,
Dos tempos que já lá vão,
Em que corria, de sacola
E brincava pelo chão...

Em que tudo era esperança,
Num futuro tão risonho,
Hoje uma simples lembrança,
Daquilo que foi um sonho...

Lembro-me dalguns colegas,
Daqueles jogos de apanhada
E uns tantos de berlinde...

Escondíamo-nos pelas galegas,
Ou correndo em debandada
E em alegria como brinde!...

( Manuel Nunes Francisco ©® )

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VELHOTES E TABERNAS

Velhotes e tabernas.jpg

VELHOTES E TABERNAS

Aqueles velhotes, ainda os vejo,
Encostados ao balcão da taberna,
Copos de três, tinto, era o desejo,
Ou fosse branquinho e à lanterna...

Penumbras, sem outra alternativa,
Por vielas escuras, ou da província,
Fumando qualquer mortalha nativa,
Enrolada em saliva e quão propícia...

Ou lá se arranjavam uns Definitivos,
Aparas de quantas sobras de tabaco
E para momentos um quanto activos...

Alturas e contos de velhas histórias,
Lendas e medos, de tantas tertúlias,
Rindo e cantando, até cair de fraco!...

( Manuel Nunes Francisco ©® )
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ENTRE A VIDA E A MORTE...

Entre a vida e a morte... III.jpg

ENTRE A VIDA E A MORTE...

Sinto-me obrigado a concordar,
Que não serei o mais normal...
Todos se preocupam com a morte,
Enquanto faço contas com a vida!...
A morte, canto e danço com ela,
Levo-a para todo o lado comigo,
Desafio-a, ando e com ela me sento,
Partilho, lado a lado, a minha paz,
Os meus desencontros e abraços...
Peço-lhe conselhos!
Agarrada, como lapa e à espreita, segue-me,
Comparsa de roteiro,
Imagem dos meus espelhos,
Deitando-se a meu lado,
Ou espreitando à janela,
Pronta para a despedida,
Sem nunca se portar mal,
Nem andando contra o vento,
Chamando-me, sempre audaz
E ouvindo aquilo que digo,
Trazendo-me algum recado
E desejando-me a melhor sorte...
Sempre pronta a estender os braços!
A vida, essa confronto-a, o dia inteiro
E sem saber no que vai dar...
Porém, uma coisa eu sei,
Tanto uma, como outra, acompanham-me,
São ambas minhas sósias
E sempre sorrindo, aquando lhes acenei,
Correndo para mim, em exímias cortesias!...

( Manuel Nunes Francisco ©® )
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VIDA DE PASTOR

Vida de pastor.jpg

VIDA DE PASTOR

Toda a vida foste um pastor
E amante no guardar gado,
Nesse teu caminho mentor
E confessando-te ao cajado...

Sussurrando uns lamentos,
Embalado pelos chocalhos,
Aquando piores momentos,
Por tantos dos teus atalhos…

Tempos de maior saudade,
Prazeres dum homem livre
E em merendas de verdade…

Calores de Verão, ou no frio,
Chuvas, a que nada te prive,
Por fortuna de um calmo rio…

( Manuel Nunes Francisco ©® )
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