Sou um poeta, mesmo que aprendiz, Sento-me à mesa da escrita E delicio-me com as palavras, Sejam elas curtas, ou de mais letras, Tanto numa revolta maldita, Como madrigálicas sensações, Mas sou poeta e vivo de ilusões, Não escrevo textos para canções, E tampouco orações... Disperso-me por valores humanos, Emoções arrebatadas, Alguns indícios profanos, Crítica e romantismo, Nalgumas frases mal lavradas, Envoltas num secretismo E valendo ao que condiz... Nunca esquecendo que sou poeta, Uma vezes sóbrio, outras mais pateta E sempre no caminho mais céptico, Por este Universo patético... Ah, mas sei o quanto sou lírico, Disperso por quantos sonhos, Saboreando ócios em que fico, Aquando momentos risonhos! Sou poeta, talvez palhaço, Rindo-me daquilo que escrevo, De tudo aquilo que faço, Escondido por este espaço... E choro, sem arrependimento, Tentando pulso de melhor traço, Em vocábulos que não devo E sem qualquer consentimento. Sou poeta, neste meu punho, Levantado a quem merece, Por protestos de meu cunho, Ferro em brasa, que nunca arrefece... E levando porrada, sem limites, nem fim, Por quem me tenta moldar, – Sou poeta e pobre de mim! –... Tentem, pois não me conseguirão mudar!... Sou uma caixa de surpresas, de Pandora, Seja por estas bandas, ou pelo mundo fora!... Alimento-me naquilo que o coração diz E vomito, sempre que esteja farto, Tanto seja cobra, ou lagarto, Quer saborosa carne de perdiz... Sou poeta, talvez o suficiente de louco, Enquanto e de mim, vocês têm pouco!...
As crenças são o obscurantismo do sentido, Todo o renegar da eminente ciência, Daquele e quanto, que anda perdido, Em absurda e enraizada contingência...
Mentes deturpadas e demais adormecidas, Controladas por usurários e charlatões, Nunca olhando a quaisquer medidas, Explorando por entre as confusões...
Controlando o mais humilde rebanho, Enquanto cofres se enchem em tamanho E as ovelhas se mostram o mais tacanho!...
São tamanhas as crenças e fundamentalismos, Contaminação, nos mais díspares radicalismos, A que tanto ouso condenar por meu empenho!...
Expliquem-me uma dúvida, não sendo preciso fazer um desenho, pois não serei tão burro quanto assim, mas gostaria de saber, talvez como outros portugueses, sendo Portugal um país supostamente laico e à luz da Constituição da República, logo as igrejas não terão direito a ajudas por parte do Estado e pagando impostos como qualquer outra instituição... No entanto, choram-se financeiramente e sendo custeadas, pelo que algumas vezes se vem sabendo, vindo agora a público afirmarem a desgraça, após 2 a 3 meses do COVID-19, de um défice de 50 milhões de euros… Ora, multiplicando isso por 6 a 4 vezes, perfazendo um ano, chegamos à conclusão de um grande negócio montado e à conta dos pobres depositários!... Calculo, se tivessem pensado bem na afirmação desmascarada que trouxeram a público, nunca a teriam feito! Será que as finanças estariam a par de tamanha realidade?!... Coitadinhos, na pena que tenho deles!
Quando elaborei este texto, longe de mim pensar que o teria de alterar, ao quanto vivo numa zona de possíveis aspirantes a atrasados mentais, pois que e para meu espanto, começo a ouvir uma tamanha algazarra, gritos denominados Cânticos Marianos e de megafone, pelas ruas de Fernão Ferro, numa já noite cerrada... e assim se evoca o fim do confinamento, num final feliz de cura ao passado envolvente... Mas vamos ao que interessa, pois a partir da meia-noite de hoje, 03.05.2020, o bicharoco COVID-19 morre, ou simplesmente desaparece, para que possamos voltar ao trabalho, levando a crer que este fica em casa, pronto a atacar quando voltarmos ao ócio da vida… E estranho a forma manhosa desse vírus, dentro da nossa fronteira, perante as decisões tomadas pela Assembleia da República, quando de 25 de Abril, das cerimónias do 1º de Maio, com deslocações fora dos Concelhos e agora com o 13 de Maio, na sua habitual cerimónia e contrariando o exemplo dado pelo Papa, pela Bênção da Páscoa e na Praça de São Pedro... Tanta ignorância, estupidez, falta de inteligência e vontade própria, a reboque de algo nada comprovado! As grandes superfícies voltarão a encher, sem preocupações de distância e sem plano de compras mensais, repartidas em pequenas faltas semanais e de um único dia, a fim de evitar tais aglomerações, assim como deixar espaço de tempo para passeios pela natureza e longe das quatro paredes contaminadas do local de trabalho e em substituição destes poços de vírus. Aprendam a gerir a vida para além do trabalho, sendo inteligentes, deixando-se da sistemática azáfama de compras diárias … Tenham pena da geração de que são progenitores, pois que não têm culpa das vossas ignorâncias, muito menos estupidezes. Respirem oxigénio, no mais puro possível, apanhem vitamina D, no fresco do campo e do mar, rios, longe de toda a podridão da selva urbana, consumam alimentos e bebidas o mais natural que conseguirem e que a natureza proporcionar, longe de substâncias químicas e aprendam que as pernas também servem para se movimentarem, fazendo exercício físico e não só deslocarem-se de veículo automóvel, quantas vezes por meia dúzia de metros, ao mesmo tempo que protegem o meio ambiente e a carteira individual... a vossa saúde agradece e a Mãe Natureza deixar-vos-á de castigar! Sejam felizes e deixem-se de fundamentalismos...
Como pode ser verdade, Quando a verdade já não existe?... Como pode não ser mentira, Se tanta mentira persiste?... Como posso eu ter razão, Se esta teima na ilusão?... O que há da fantasia esperar, Se não houver forma de sonhar?... Qual o rio de doces saudades, Se as águas correm sem vontades, No inverso e por maldade, Num leito que ninguém lhe tira?... Que mais posso eu dizer, Quando ninguém quer saber E muito menos aprender, Naquilo que eu possa escrever?... A verdade, não pode ser, Pois que ninguém a quer ouvir, Nem tampouco a discernir, Seja a fonte de onde vier!... Fico-me por esta medíocre página, Num público ao qual se destina E cujo nada imagina, Salvo naquilo que opina!... Mentiras assinadas por monogramas E em verdades de ocultos dramas!...
Escondo-me e atrás do que não me esconde, Mostro-me, sem que alguém me consiga ver, Falo, entendendo que ninguém me entende E sabendo o que sei, neste meu pouco saber...
Refugio-me, por onde me possam encontrar, Sem perda de tempo, numa hora que findou E num sorriso célere, para mais rápido chorar, Mas não chorem, se nenhum sorriso vos dou...
Olho-vos de frente, aquando vos volto costas E largando para trás tudo o que sigo à frente, Fazendo o meu gosto naquilo que não gostas...
Procurando encontrar tudo o que não procuro E sempre sem parar, numa pausa de repente, Tanto que já é dia e nada encontro no escuro!...
O insólito reside em que, até há bem pouco tempo, entrar num estabelecimento comercial, ou outro local equiparado, com o rosto indevidamente coberto, era limitado e proibido por lei, coisa que agora passa ao inverso e por razões óbvias, só que a hipótese de assaltos e insegurança, é precisamente a mesma!... A máscara e segundo muitos entendidos, é simplesmente mais uma das formas de segurança a acrescentar e não mais que isso, no respeito da distância regulamentar e, acima de tudo, senão mais importante, o lavar sistemático das mãos, como deve de ser e não de qualquer maneira e feitio, não empurrando a protecção seguinte para o uso de luvas e, – valha-me Deus! –, passando a explicar, servindo-me no que tenho observado e não inventado, pois penso já estar tudo mais que inventado: Uma senhora, toda apresentada, sai do prédio, na direcção ao contentor do lixo, máscara, luvas, 2 sacos do lixo numa mão e mala ao ombro, abre a tampa, limpando o lado do contentor com a mala de tanto roçar, despeja os sacos e vai embora, seguindo à minha frente e, para meu espanto, limpa as luvas, ainda colocadas, às laterais da camisola vestida, descalça as referidas e mete-as nas algibeiras, avançando para uma grande superfície alimentar e logo em frente; um casal, finais dos trintas, ela sem nada, enquanto ele com máscara e luvas, carro das compras e mexendo indiscriminadamente, sem qualquer razão de maior e umas quantas vezes na máscara...; um outro, chega com carro das compras, máscara e só uma luva, arrumando tudo no veículo automóvel, seja com uma, ou a outra mão, tira chaves, mete chaves, sacode casaco, abre portas e fecha portas, por fim entrando no carro e seguindo, sem tirar a luva, num verdadeiro espectáculo de atestado de estupidez!... Fico-me por aqui, para não referir mais de quantas semelhantes, ou piores observações. Luvas, máscaras e toalhetes, proliferam por todos os cantos, cada vez mais e pelos mais diversos locais, provando que esta merda de gente não está preocupada com a propagação do COVID, mas e simplesmente, na sua própria e única protecção, no pior do egoísmo que lhe é reservado... Estes exemplos, são a tal hipocrisia a que me referi, vindos de pessoas que vêm para aqui dar palestras de solidariedade e benfeitorias, armados em Bons Samaritanos!