POETA E TALVEZ LOUCO
POETA E TALVEZ LOUCO
Sou um poeta, mesmo que aprendiz,
Sento-me à mesa da escrita
E delicio-me com as palavras,
Sejam elas curtas, ou de mais letras,
Tanto numa revolta maldita,
Como madrigálicas sensações,
Mas sou poeta e vivo de ilusões,
Não escrevo textos para canções,
E tampouco orações...
Disperso-me por valores humanos,
Emoções arrebatadas,
Alguns indícios profanos,
Crítica e romantismo,
Nalgumas frases mal lavradas,
Envoltas num secretismo
E valendo ao que condiz...
Nunca esquecendo que sou poeta,
Uma vezes sóbrio, outras mais pateta
E sempre no caminho mais céptico,
Por este Universo patético...
Ah, mas sei o quanto sou lírico,
Disperso por quantos sonhos,
Saboreando ócios em que fico,
Aquando momentos risonhos!
Sou poeta, talvez palhaço,
Rindo-me daquilo que escrevo,
De tudo aquilo que faço,
Escondido por este espaço...
E choro, sem arrependimento,
Tentando pulso de melhor traço,
Em vocábulos que não devo
E sem qualquer consentimento.
Sou poeta, neste meu punho,
Levantado a quem merece,
Por protestos de meu cunho,
Ferro em brasa, que nunca arrefece...
E levando porrada, sem limites, nem fim,
Por quem me tenta moldar,
– Sou poeta e pobre de mim! –...
Tentem, pois não me conseguirão mudar!...
Sou uma caixa de surpresas, de Pandora,
Seja por estas bandas, ou pelo mundo fora!...
Alimento-me naquilo que o coração diz
E vomito, sempre que esteja farto,
Tanto seja cobra, ou lagarto,
Quer saborosa carne de perdiz...
Sou poeta, talvez o suficiente de louco,
Enquanto e de mim, vocês têm pouco!...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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