Às vezes, – quantas vezes! –, me questiono!... Indago se não serei um príncipe das marés, Neste todo vai e vem, batendo nas rochas, Oscilando, trazendo e levando espuma, Restos de tudo o que sobre as ondas sobra, Rebocando as algas dos fundos e desfeitas?... Interrogo-me e sem ver a luz de oriente, Para que lado fica o nascente, ou o poente, Nesta minha mente e cuja já dormente... Numa confusão pelo que tanto me chamam, Quer seja esquerdista, ora seguido de fascista, Havendo algo e ao que nunca se questionaram, Pois que ninguém me apontou de ilusionista!... Pobres daqueles que assim se sentem, Que mesmo a si próprios mentem, Escondidos na ilusória protecção da bruma, Sem que andem para trás, ou para a frente, Comendo de quantas fantochas colheitas, Porquanto de si não semeiam obra, Sempre no labirinto do túnel e sem tochas, Fugindo das marchas e dos pontapés, Deixando os demais ao abandono!... Talvez que seja um príncipe do meu vento, Como as roseiras, sacudidas e largando pétalas, Vindas do mais frondoso rebento Esperando um elogio de trémulas falas... Serei senhor das marés, amarrado ao leme, Olhando o longínquo horizonte, Com mãos de quem nunca treme, Procurando firmes ancoradouros, Descendo à terra, subindo ao monte E num ode de meus louros!... Descansando das lágrimas dos meus rios, Embalado no canto de qual sereia, Por correntes de calafrios E acordando no chamar da dulcineia... Numa explosão de palavras, Das profundezas arrebatadas, Por ti feitas de escravas E que jamais mal soletradas!...
E seriam terras fantásticas!... Ao Norte correndo esse rio E por Oeste águas de mar, A Sul praias de oiro quente E nalgum Este de acautelar... Castelos e mouros vencidos, Com histórias de encantar, Mas por caminhos de azar, Obras de políticas sarcásticas, Em que nem por nada confio E por muito que mais tente... Em aromas de verde pinho, Paisagens nascidas no Minho E estendidas por um Algarve, Pelas mais oníricas planícies, Extensas e melhor doiradas, Altos e baixos, pelas serras, Areias e moiras encantadas, À existência de tanto alarve E noutros quantos artífices, Que nos chupam as guelras... Seria um cantinho de sonho, Se longe a tais sanguessugas E outros quantos proxenetas, Num qual destino medonho, Uns sem pão, eles guarnecidos E gozando com tais marretas, Nas mais necessárias purgas!... E assim choramos esta nação, Dos já esquecidos marinheiros, Invictos, egrégios antepassados, De mundos e cujos os primeiros, Enquanto agora conformados, Uns no ódio, outros na oração E cada qual com a maior razão... Mas políticos num total perdão!...
Nos dois últimos dias, fizeram-me comentários, em observação pessoal e que é melhor nem transcrever... Assim sendo, considero que enquanto existirem pessoas desta opinião neste país, percebe-se a razão pela qual nunca sairemos deste pântano de décadas e séculos, meros hipócritas e engraxadores, por interesses pessoais e partidários, destruidores de uma nação, na sua demagogia, mas dos quais alguém se serve... Lamento dizer e doa a quem doer, gostem, ou não, pessoas como Salazar, Mário Soares, Álvaro Cunhal, Freitas do Amaral, Sá Carneiro, Mário Tomé e outros da velha guarda, pessoas sabendo o que queriam e para onde iam, em doutrinas pessoais, nunca mais voltarão, pelo que estamos entregues a uma cambada de parasitas e oportunistas, chulos, servidos pelos lambe-botas habituais e já referidos. Quando lançarem farpas, referências infundamentadas, olhem-se ao espelho, esfreguem as mãos na cara com a merda que andam a destilar e atirem-se do andar mais alto deste, ainda, mas pobre, país, prestando um benefício à nação e comunidade envolvente... Sejam decentes, não subservientes, para que possam morrer em paz de consciência! Puta que os pariu a todos, que são um nojo da sociedade e dos portugueses, em particular de mim próprio... VIVA PORTUGAL E QUEM O DEFENDER SEM INTERESSES E DEMAGOGIAS PARTIDÁRIAS, OU PARTICULARES!! Chamem-me de fascista, comunista, cata-vento, que o ORGULHO será meu e pela vossa insignificância, pois que nunca terão capacidade para me lamber o cu!!! ... Peço desculpa aos restantes e merecedores!
Naquilo que sei, só sei que nada sei e, àquilo que gostaria, nunca hei-de saber nada... Àqueles que se dizem tudo saber, coitados, pois tais vivem no mundo da palhaçada, Simplesmente uns inúteis, possuídos de ignorância, mas ditos senhores inteligentes, Escondidos nalgum fraco ser, inchados e que nunca passando de singelos arrogantes!
É tamanho, tal mundo de hipócritas, rastejantes indivíduos, na pele de subservientes, Engraxadores de botas, cuspindo na calçada que vão pisando e olhando os adjacentes, De lado e considerando-se superiores, esquecendo todo o percurso da merda pisada, Mas tudo esquecido, cuja mente tão fraca nada mais deixa alcançar, como se pedrada!
Mas são mestres de tudo, em tudo e de todos, esquecendo que são mestres do nada E que a vida lhes é esquecida, numa total sonolência que não os leva a lado nenhum, Em que tudo lhes falta, na essência das coisas e vontades, perdidos como só mais um...
Apontam o dedo e mão, à cara de quem não conhecem, bebendo a água não chegada, Criticam, atacam, dão lições de filosofia e outras matérias que nunca tal entenderam, Tantas divindades imaculadas, às mais emproadas vestes, mas que outros costuraram!
Nasci no meio do arvoredo, Circundado de algum rochedo, Na clareira de uma floresta, Sendo isso que a cédula atesta, Talhado por certo cinzel, Colorido a pincel, Havendo ao fundo um ribeiro, Que corria o dia inteiro... Nasci como se cascata, Nalguma decisão tão ingrata, No meio de águas turvas, Por entre certas curvas E ao meio de dois troncos, Não sabendo se fortes, ou fracos... Fundido no calor do Sol, Amadurecido nalgum rol, Temperado pela neve E a quem a têmpera tudo deve, Por serra um quanto bravia, De dia lindo ao que via, À noite metendo medo, Onde era tudo um penedo E de lá me lancei ao caminho, Direito à escola e sozinho... Percorri pó, estradas muito além, Sem pedir ajuda a ninguém... Hoje, tempos passados, sou eu, No que procurei e a vida me deu... Quando partir e assim chegará o dia, Rirei, a quem de mim tanto se ria!...
Povo, povo, por que caminhos andais E com esses olhos tão tapados, Em becos de lama, afogados num pântano E uns quantos empertigados, Como pavio que não dá chama?!... Porque andais tão acorrentados, Montes de ossos emoldurados, Senhores de um nariz que não é vosso, Mas cheirando o rabo ao sistema, Aos Partidos que vos exploram, Vos manipulam, nesse já pouco ser, O cérebro, – se é que ainda existe! –, Nessa pobre cabeça demente, Que adormece e se levanta inconsciente!?... Quando será o tempo de saírem da lama, Num passo em frente, rasgar o padre-nosso, Escrever um outro tema e lema, Cuspir quem tão falso vos adoram E cujos milagres vos vêm oferecer, Nalguma mentira que tão persiste!?... Persigam tal matilha de chacais, Soprem-nos em batalha de cano... Povo, povo, acordem e não só de madrugada, Que a sela é vossa e numa luta desmesurada!...
É surreal, provocador, nojento, demagogo, como um (des)Governo, – digo "governo" e não questionando doutrinas de um PS, ou suposto PR e dos portugueses! –, descerem tão baixo e num dito por não dito, assim como uns determinados "calças-abaixo" e apoiando tamanha demagogia, que até a um passado recente defendiam um total confinamento, para bem e defesa da população em geral e da pátria, agora vêm defender, como por milagre, a entrada escancarada e livre de quarentena, de uns quantos restantes, dividindo os portugueses em classes de primeira e segunda, só porque se avizinha, no horizonte, uma caravana carregada de dividendos e que tanto jeito lhes dá... Povo, povo, por onde andais e com os olhos tão tapados, em becos de lama, afogados num pântano e quantos empertigados, num pavio que não dá chama?!