Há momentos, aqueles momentos, Em que as horas são minutos, Ou os minutos são horas... Há alturas, em que as flores são pedras, Tantos são os espinhos, as dores, Ou as pedras são flores, Em momentos de decisões, Bastando esmiuçar as razões... Há os segundos das incertezas E as certezas nas asperezas, Por maior que seja a carga, Em que a vida nos amarga... Há momentos que são tormentos E outros que nem tanto são, Alegrias que serão lamentos, Por meio de tanta desilusão, Lágrimas que serão lembradas, Por entre as mais esquecidas, Por quantos trilhos de ilusão E campos que não deram pão... Há dias, semanas, meses e anos, Que os momentos são certezas, Sejam loucos, ou tristezas... Todos os momentos são desafio, Por quantos e mais mundanos, No momento... e o qual confio!
Sou prisioneiro da estupidez, De uma circundante sociedade E entregue na sua nudez, Despida de quaisquer valores, Perdida na sua vaidade, Alimentando-se de rancores... Vidas fúteis e de inglórias, Carecidas de nutrientes e sabores, Pelos "canudos" das glórias, Recheadas dos piores odores... Sou cárcere de um todo eu, Sem qual libertação possível, Do que um passado me deu, A um futuro inatingível... Tentando manter a lucidez, Por caminhos de desterrados, Saudades de alguma vez... E ainda em vida enterrados!...
Chamo-lhe de tudo, até de puta!... Mas se soubessem o sentido E imaginassem como gosto dela, Quantas vezes deveras perdido, Num receio de perder tal luta, Por entre tamanha escapadela... Mas ela sabe qual a minha razão E assim, fiel comparsa, me segura, Na mais sincera compreensão, Mesmo que a solução seja dura!... Esta puta, espelha sorrisos e morde-me, Espelhando toda a realidade E, por entre sabores, consome-me... Agarra-me, numa tamanha vaidade E não me querendo deixar partir... Depois, demais entrelaçados, Acordamos o trajecto a seguir... E chamo-lhe de puta!... Puta de vida, A minha e a de tantos desgraçados, Com uma meta por despedida!...
Sei o quanto pareço estranho, Neste debate, partilhado contigo, A tal questão a que me entranho E pouco mais haja para extravagar... "Meu amigo, como deve calcular, Isso são águas para outros rios E aqui não é local pra tais correntes"... Assim sendo, meu curioso amigo, Por certas andanças seremos frios, Enquanto noutras envolventes, Por tais distancias tecnológicas E sejam quaisquer essas teias, Mas que nunca se mudem as lógicas... Reservas nas opiniões, tanto assim E pelas respostas que anseias, São, nas redes, segurança para mim... Não há que fazer muitas ondas, Tão-pouco quaisquer espumas, Afastando-me de certas sondas, Por mais amigo que te assumas!...
Ah, como adoro escarrar para o chão E mesmo que só para te não cuspir!... Dá-me náuseas, todo esse teu pensar, Essa tua forma de encarares o mundo, A que me deixas mudo, sem respirar! Tu e que te dizes crente de redenção, Que te cruzas na rua, sempre a sorrir, Fica-te bem o nome de porco imundo, Pois que qualquer outro não mereces... Ah, que prazer, se nada me dissesses! És sovina, usurário, proxeneta, ladrão, Malevolente, um cancro da sociedade, Tudo, ao que ainda não te deste razão, Demasiado preso a essa tua maldade... Ah, só tenho pena de sujar o caminho, Quando por ti passo e se não te acerto, O que lanço da boca, nesse teu focinho E por quantas vezes passando tão perto! Então, seria meu dever limpar a calçada, Sabendo não merecer que seja ultrajada...
Francisco, porque te pronuncias no ser homem?... Caso olhes, à tua volta, não será ele um animal?... Porque batem, tais bestas, com a mão no peito?... Porque rumam, então e aos Domingos, à igreja?... Pois, Francisco, são questões que te consomem!... Compreensões que escapam ao tanto informal!... Batem e sim, tais falsos crentes e pelo seu jeito!... Espalhafatam e sem questionar o que mais seja!... Francisco, tais bestas irão eternamente comungar, Mas sem a verdade daquilo que andaram a fazer!... Por tanto sacramento, maior foi tal acto de pecar E tu, à sua penitência, és quem se anda a benzer!... Eles, de tão puros e crentes, maltratam os animais, Mas idolatram-te, por Assis, como pela tua imagem E sem entenderem que nada mais são que chacais, Enquanto tu, esse Francisco de Assis, à tua coragem, Por quanta ousadia, chamaste quais de teus irmãos E lhes deste de alimento, por qual divina protecção, Os conduziste até ti, sentindo o corpo às tuas mãos E partilhando o maior, senão o mais belo sermão!...