CONTÁGIOS E QUE TEMO...
CONTÁGIOS E QUE TEMO...
Tantos são os parasitas, os corruptos,
Que fazer parte já são meus receios!...
Tais são os exploradores e bem aptos,
A que pouco precisamos de procurar...
Andam pelas ruas, a próprios anseios,
Prudente praga infinita, a exterminar!
Vestem capa de bondade, democracia,
Sendo fácil observá-los, esses vampiros,
Por recatados cantos, bem disfarçados,
Vivendo em apadrinhada arrogância
E da inocência, insipiência dos pobres,
–A que mais não vêem e infeliz razão,
Num submisso trajecto de ignorância–,
Convertendo em oiro todos os cobres,
Cada qual mais que perfeito e capaz,
Que nem o Rei Midas seria tão eficaz!...
Nesse saber dizer, nas ideias que dão,
Meigas promessas, na irónica sapiência,
Principio este meu receio a tal doença,
Pandémico vírus e propagado como ar,
Resistente a qual da mais divina crença
E tanto temo que me consiga abalroar!...
Expandem as asas e voam, como abutres,
Agora vestidos de branco, feitos de anjos
E dissimulados a quantos seus embustes,
Enviados pelo Cornudo, aceites arcanjos!...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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