TEMPO DE MELANCOLIA
TEMPO DE MELANCOLIA
Ah, este soberbo tempo, de melancolia,
Esta cacimba, estas nuvens cinzentas,
Esta chuva que se aconchega e desprende,
Esta penumbra que tanto nos enrola,
Nos envia para a mais longa distância,
Escondendo sombras que nos rodeiam!…
Ah, este suave manto da Mãe Natureza,
Envolvido em mistério, paz, na incerteza
E que na vida nos semeiam!
Ah, como mergulho nesta onda,
Como cavalgo o percurso do infinito,
Nos prazeres destes momentos,
Qualquer loucura que me sonda
E reflexões que de loucas me sejam!…
Quer sejam recordações
E que no tempo me cortejam,
Ou novidade que acode e surpreende,
Mas que não alimente desilusões!
Ah, nestes meus pacatos pensamentos,
Sigo as nuvens, figuras pardas e lentas,
Como se fossem mestras de escola…
E penso,… como se nada mais existisse,
No que esta melancolia me disse!...
Ah, esta carícia de águas ternas e batidas,
Que me regam e tamanho percorrem,
Por ventos aos pontos cardeais sopradas,
Em batidas certas, abafos de sinos que dobrem!
... Ah, esta melancolia e por tal mito!
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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