REFLEXÃO NATALÍCIA
REFLEXÃO NATALÍCIA
Mês de paz, de amor, tal mês de Dezembro
E tu, menino e de novo, nas palhas deitado,
Nada de novidade e do passado me lembro,
Que só nesta altura és ao mundo recordado!...
Nos demais meses andas sempre escondido,
Não que seja tua vontade, sendo do homem,
Na maior das ganâncias e tu ficas esquecido,
Entre ódios e vinganças... que nem dormem!...
Neste mês e dia, os animais e que te bafam,
Não passam dos mesmos, tal como este frio
E em que te confrontas, por mais que façam
E te prometam, enquanto choram... e eu rio!...
Aquele riso sem vontade, mas duma revolta,
Por tamanha hipocrisia, espelho do universo,
Espelhado no quanto de miséria anda à solta
E demais camuflada nas rimas de falso verso!...
Poemas que se apagam nos restantes meses,
Em que os mendigos perdem toda a atenção,
Os pobres, olhados de lado pelos burgueses,
Deixam de ter fome e fechando-se o coração!...
Esquecem-se crianças tristes e abandonadas,
Fecham-se as portas da miséria e da desgraça
E o outro mundo roda egoísmo pelas estradas
E a doce virtude deixa de haver quem a faça!...
Voltam-se os canhões aos mesmos e mata-se,
Homens, mulheres, crianças de boa vontade,
Tudo serve para criar mais riqueza, rouba-se
E esquecem-se das tuas palhas e da verdade!...
Mas é tempo de paz e vai chegando o Natal,
Abrem-se corações de ternura e tanto amor,
Na maior esperança que este ano seja o tal,
A prometida redenção e o fim de tanta dor!...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.