MINHA DESPENSA
MINHA DESPENSA
Não compro embalagem, mas produto,
Procuro verdades e pelo mais concreto,
Não me interessa a árvore, mas o fruto,
Razões duras e de quem me for directo.
Não colho frutos que derivem a ilusões,
Todo o restante e algo me passa ao lado,
Nada quero saber, que genuínas razões,
Sendo um carteiro e que deixa o recado;
Só lê quem quer, depois de abrir a carta
E o lixo fica mesmo ali, pela estrumeira,
Quantas vezes na interrogação de farta,
Depósito de qual mensagem verdadeira.
Compro e levo para casa, a meu arrumo
Tudo merecendo um lugar na prateleira
E quando não gosto sacudo, isso assumo,
Pelo estar farto de tanta variada asneira...
E escrevo novas listas de frescas compras,
Para que nada falte, por tal humilde vida,
Estando obeso às tantas diversas broncas,
Que minha comida passou a ser definida;
Por minha despensa só passa do melhor,
Venha quem vier e ao que tentar vender,
Em promoções de lágrimas, ou outra dor
E convincentes rótulos e de bom parecer...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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