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MINHA DESPENSA

Consciência III.jpg

MINHA DESPENSA

Não compro embalagem, mas produto,
Procuro verdades e pelo mais concreto,
Não me interessa a árvore, mas o fruto,
Razões duras e de quem me for directo.
Não colho frutos que derivem a ilusões,
Todo o restante e algo me passa ao lado,
Nada quero saber, que genuínas razões,
Sendo um carteiro e que deixa o recado;
Só lê quem quer, depois de abrir a carta
E o lixo fica mesmo ali, pela estrumeira,
Quantas vezes na interrogação de farta,
Depósito de qual mensagem verdadeira.
Compro e levo para casa, a meu arrumo
Tudo merecendo um lugar na prateleira
E quando não gosto sacudo, isso assumo,
Pelo estar farto de tanta variada asneira...
E escrevo novas listas de frescas compras,
Para que nada falte, por tal humilde vida,
Estando obeso às tantas diversas broncas,
Que minha comida passou a ser definida;
Por minha despensa só passa do melhor,
Venha quem vier e ao que tentar vender,
Em promoções de lágrimas, ou outra dor
E convincentes rótulos e de bom parecer...

( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.

 

A MINHA ÉGUA

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A MINHA ÉGUA

Ah, esta égua persistente,
Cores de prata, meu ouro,
De tom escuro, reluzente,
Com macia sela de couro!...

Disparando como um raio,
Dando urros animalescos,
Sempre que toma o freio,
Correndo ruelas e cabeços...

Uma égua malcomportada,
Por dona de muitos cavalos
E gostando de ser montada,
Por seus cavaleiros vassalos...

Gostando mais do alcatrão
E muito menos das bermas,
Sempre plena de tal tesão
E das mais loucas soberbas...

E que ainda hoje a montei,
Nem sabem quanto gemia,
Num silêncio quando parei
E por cantos que não se via.

Senhora de si, quanto basta,
À espera da melhor receita
E oriunda da melhor casta,
Pura raça e de tão perfeita...

E deixando de boca aberta,
Quantos a vêem ao passar,
Numa inveja quanto certa...
E sempre comigo a montar!

( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.

 

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