Podres democracias são assim E em tais países como o nosso!... Acordem e respondam por mim, Porque gritar mais já não posso!... E tal banco ficará mais podre, Na espera de quem o sentar... Não sobrará qualquer cobre Para quem fique a mendigar! ... Mas há quem se vá sentando, Por hemiciclos de bom sustento, Ficando por ali e grasnando, Em promessas de esquecimento! São muitos, tantos democratas, Políticos e quem os apoia; Enquanto uns andam de gatas, Outros cobrem-nos de poia... E, poucos havendo quem refile, Muitos se entregando a Deus, Passivos, seguindo no desfile E tropeçando em passos seus!... E, se engordam à nossa conta, Bem que andam rechonchudos, Em contas de grande monta E por festas de pançudos!... O povo, esse apanha as canas, Dos foguetes e que pagaram, Afagando as vestes dos sacanas E que as suas sempre cagaram... E ainda a procissão vai no adro, Enquanto o padre no andor, É tão lindo este quadro E feito com tanto ardor!... Ah, gente, que vai navegando o rio, Talhando esse seu caixão... E não querendo aceitar o frio De quantas lágrimas e a razão!... Democracia, tal sublime doutrina, Helénico popular domínio, Anda de novo em surdina E por travessas do declínio!...
Vendas no website da Chiado Editora: https://www.chiadoeditora.com/livraria/esta-verdade-este-opio-esta-vida A obra foi apresentada às livrarias do comércio tradicional e aos grandes grupos comerciais (Fnac, Sonae, ECI, Bertrand, Sonae, Almedina, Auchan, Bulhosa, entre outros). Foi também enviado para os seguintes pontos livreiros:
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Ai, o amor, essa sensação de ardor, Esse chamamento e quanto eterno, Que nos flameja, em tal esplendor E mais que chamas de qual inferno!... Nos devora e numa tal sofreguidão, Nos dilata, ou derrete sentimentos, Nos clama a perder qualquer razão, Afogados em oceânicos momentos... Ai, o amor, haja quem compreenda Toda essa força, nesse seu rebentar, Haja cordas, amarras, que o prenda, Para ficar e sem saber como amarar!... Amor, amor, quanto mais que amor, É saber não esticar demais a corda, Prendê-lo em ternos laços e primor, É amar tudo o que outro não acorda... Amando esse alguém na plenitude, Na mais perfeita simbiose do saber, Desculpar as fraquezas e tal atitude, Por sabores que a vida tão oferecer!... Amor, não é só amor, é o saber amar, É não criar, pelo caminho, qual vazio, É saber dar e receber, saber perdoar, Navegando as ondas e no pior navio; Saber acender uma luz na escuridão, Na débil cera de círio e ténue pavio, Deixando para trás quanta confusão E semeando o amor por chão bravio... Amor, a suave luz de antigo castiçal, Iluminando memórias dum passado, Nos cândidos momentos de serviçal, Penumbras, no perpétuo recordado!...
Ei-los que partem, De passaporte, Pra onde seja... Partem à sorte, Só é preciso que se não veja!... Partem e sem que voltem, Em águas do que choram, Deixando pra trás quem beijam, Outros quantos na inveja, Em toda esta despedida, Pouco, ou nada, merecida, Por quem assim os despeja!... Mas partem, na incógnita, Sem saber o que os espera, Mas por aqui se desespera Em vidas de pouca nota... Vão em busca de futuro, Do pão que o corpo pede, Procurando um menos duro, Enquanto nada os impede!... Ei-los que partem, sem remorsos, De quem tão mal os maltrata, Tentando salvar os ossos Do regimento que os mata... Partem e como noutros tempos, Enjeitados filhos duma nação, Sem lhes questionar os lamentos, Seja ela qual a razão!...