O Sol apresenta-se, resplandecente, Por entre nuvens, mas nada de mais... Gaivotas que esvoaçam e pipilam Enquanto pequenos barcos baloiçam E no embalar da mãe onda e soberba, No saltar de qual puto e de contente... Pequenas coisas, mas tão ancestrais! Carimbam-se pegadas e sonhos, No decorrer da extensão do areal, Esquecem-se alguns factos medonhos, Do dia-a-dia e da vida tão real... Trocam-se conversas de pescadores, Ou de quem passeia, à beira-mar, Mergulha-se na maresia, seus odores E que os poetas faz sonhar, No vai e vem da onda, que tomba. Observa-se o saltitar dos pardais, De tantas outras e frenéticas aves E relaxo nas suas cantorias suaves, Deixando de lado quantos ais... Diz-se bom-dia, ou boa-tarde, Ou, pelo menos, seria nosso dever, Mas é virtude que já não arde E pouco faz parte do novo saber! ... E eis que a tarde convida a noite, O Sol namorisca a Lua E pobre de quem não se acoite, Por ser essa a pouca sorte tua... Por agora, a noite é teu agasalho, De tão amena a temperatura, Mas outro retrato fará moldura E a areia será cascalho, Que te vincará o corpo, Embrulhado nalgum farrapo... O frio e a neve, serão teus carrascos, Os políticos a tua condenação, Espremido em prensas de opressão E o Sol tão fraco, que o esqueces, A tua alegria será vendida em frascos E que, à espera da morte, adormeces!...
Descubro um túnel para o outro lado, Desprendo-me deste corpo E monto um cavalo alado, Por desertos em que galopo. Sinto-me, finalmente, em liberdade, Sem rédeas, nem ansiedade, Com todo o tempo do mundo, Correndo num espaço profundo, Sem destino e sem horas... Olho em redor, movendo areias, Longe daquilo que sejam teias, Procurando minhas glórias. Nesse espaço, que atravesso, Busco a luz, que se aproxima, Por paredes e poeiras do adverso E que teimam cair-me em cima... Brilham as rochas que ladeiam, Por estradas que serpenteiam, Por altos e baixos, das montanhas E que me apertam as entranhas. Bate-me o vento de frente, Seja de Sul, ou venha de Norte, Por quantos sorrisos de gente, Em desejos de imensa sorte... Acompanham-me os raios solares, Guiando-me a novos ares, Com prenúncio de luar, Na noite que hei-de achar. Até lá, seguem-me as aves, Em caminhos do paraíso, Portadoras de tais chaves E na esperança de meu siso... Por tal, adoro sonhar E choro, na hora de acordar!
Caminho, como se o corcunda de Notre Dame, Fixando as estradas e as bermas dos passeios, Muitas vezes, sem atenção a quem me chame, Perdido em pensamentos e em meus anseios...
Engulo a miséria de quantos passam por mim, Nalguma certa indigestão que me irá provocar, Em suores e calafrios, por quantos cruzo assim E passando, pela cabeça, uma vontade de gritar!
Sinto-me curvado, dorido, neste jeito de andar, Numa postura desanimada e sem qual conforto, Pois que vejo e demais, almas andando a penar...
Saúdo quem me olha, mendigando o necessário, Como rafeiro perdido, dormindo num tal esgoto, Seres abandonados e neste mundo tão precário!
Bom, meus amigos, escravos e subservientes do (des)Governo desta Pátria Lusa, o EMI está aí!... Dá-me vontade de rir, quando nos é mencionado a possibilidade do pagamento na íntegra, como se tal fosse uma obrigação moral e se o Estado nos ficasse em dívida por isso. Pergunto se há algum benefício, quanto ao valor exequente, ou outro e se, quando o Estado em dívida, também usufruímos de igual tempo de benefício, ou servimos, como carneiros e protectores da dita "dama", quanto ao equilíbrio do Orçamento do Estado?... sim, porque este país é um mar de estúpidos e lambe-botas, idiotas, que seguem os usurários e sem raciocínio próprio!... Por experiência, numa "dívida" e que não me lembro de lhes ter pedido nada, que durou anos, –mais, ou menos, 30!– e tendo chegado a acordo, ao que já me arrependi, fui ameaçado de penhora, mas e no reverso, estou à espera, vai para 2 anos e meio, que seja reembolsado do direito ao funeral da minha mãe e nada... ou seja, o Estado é o pior exemplo de cumprimento e rigor! Assim sendo, pergunto: porque razão e que benefício, em pagar antecipadamente... serei estúpido, ou fazem de mim idiota?!... Fico a pensar, no triste Estado, (des)Governo e país em que vivemos!!!