Diz-me em quem votas e dir-te-ei quem és... Que acreditas em tretas, conversas de cafés, Que não pensas por ti, mas na tal esperteza, Nos que te manipulam e em quanta certeza.
Acorda, deixa esse sonambulismo e doentio E manifesta-te como ser livre e não sombrio, Deixa-te de tais contos de fadas e tão banais E busca a Democracia, por campos ancestrais.
Sacode as pulgas, carraças e demais parasitas, Queima-as numa fogueira e em rubras brasas, Enterrando, bem fundo, o que de resto sobrar.
Canta, dança e festeja toda a fúria conseguida, Eleva a alma, no rubro e, nessa hora merecida, Entende a liberdade, por que vale a pena lutar...
É, VERDADEIRAMENTE, REVOLTANTE!... SEMPRE O MESMO ESCÁRNIO, POR PARTE DOS PARTIDOS E EM ANO DE ELEIÇÕES, ILUDINDO O ADORMECIDO POVO E EM CAMPANHAS ELEITORAIS, COM PROMESSAS QUE, APÓS, NÃO PRETENDEM, NEM CONSEGUEM CUMPRIR E NÃO SENDO OS QUE ESTÃO NO POLEIRO, MAS TODOS, QUANTOS POR LÁ PASSARAM, OU PRETENDEM PASSAR. TENHAM, VERGONHA E NÃO BRINQUEM COM OS POBRES DE MENTE, OU DE CONHECIMENTO E QUE NÃO VOS CONSEGUEM ENTENDER... É À CONTA DESSES, QUE VÃO ENGORDANDO, COMENDO, BEBENDO E PASSEANDO, À MISÉRIA DOS DEMAIS!
Levanto o véu e questiono o que será, para a maioria dos portugueses, o conceito de Democracia e ser democrata?... Pelo que me tenho apercebido, em Portugal, vive-se e defende-se, não a Democracia pluralista, mas uma Democracia partidária, pois só se apelam de democratas e são reconhecidos como tal, todos aqueles que defendem o Partido e o sistema, como eu costumo dizer, "a dama" e todos os restantes são fascistas e reaccionários, sempre que apontam por caminhos rectos, nas verdades e sem medo das opiniões e consequências. Há muito que cheguei à conclusão de que, quanto mais estamos expostos, mais difícil se torna apresentar um raciocínio e mais se é apontado, pois que a tal maioria prefere meter a cabeça na areia, para que não ataque o Partido, a enfrentar a verdade e consequente realidade; por mim, prefiro ser alvo de censura por quantos pseudo-democratas, a viver na utopia da mentira e subserviência partidária... lamento! Ser democrata, é saber respeitar opiniões, numa saudável discussão e orgulho-me de sempre ter tido boas relações, amigáveis e construtivas, com raciocínios abertos, tanto da Esquerda, como da Direita e processos levantados no Partido que à altura aturava e do qual me curei, estando à vontade para levantar a questão atrás referida. Sejam democratas, respeitando os demais e, acima de tudo, na vossa liberdade, assim como na daqueles que têm semelhante direito!... Saibam ser justos à democracia!!
Paro, nessa centenária praça central, Olhando ao redor e eis que descubro, Tal modesta igreja, simples e formal, Em que entro, com todo o meu rubro...
Espanto total... repleta de pecadores! ... Machos que cobiçam as mais curvas, Fêmeas que espalham os seus odores, Nas mais decotadas vestes e de viúvas.
Cochicha-se aos quatro cantos da nave, Espalhando-se sementes de certo ódio, Comenta-se o fechado a secreta chave, Mas todos são crentes a suposto pódio.
... Ah, aquela semi-oculta, em escarlate, Bom retoque, polposos lábios vermelhos, Escondendo-se na bela luz e efeito mate, Desafiando adoradores a serem coelhos!...
E aquele outro, na sua sede de vingança E olhando, de soslaio, aquele seu vizinho, Que acelera a mente e numa esperança, De, mesmo ali, soprar e lhe ir ao focinho.
Fico incrédulo e com toda esta imagem, Não porque seja algo tão desconhecido, Mas com quanta mentirosa vassalagem E que certo votado crente anda vestido...
Ouve-se a homilia, com olhos vidrados, Batendo com a mão no peito e solenes, À figura de santos e fiéis, arrependidos, Mas tais desvios por soberbos corpetes...
Deus, na tua justiça, prova a existência, Levando tal gente para um teu Inferno, Pois que, por cá, já não existe paciência E água que lave mentes a tanto veneno!
Metem-me nojo!... Mete-me nojo, toda esta campanha de promessas, na semana decorrente e pergunto por onde andaram todos estes papagaios, da Esquerda, à Direita, até agora e com única visão aos poleiros que tanto ambicionam?! Metem-me nojo e ofendem-me, assim como a todos os portugueses e que sejam dignos de o ser, pelo menos quanto à ofensa ao intelecto dos mais sapientes... Andam escondidos, como furões, entrando no labirinto e procurando as mais diversas vítimas, para só agora aparecerem, férteis e iluminados, salvadores do povo e da pátria, mas escondendo os seus verdadeiros intuitos e que mais não é, senão a salvaguarda do seu bem-estar, à conta de ordenados chorudos e regalias, no esquecimento daqueles que desprotegem, escarnam e exploram, até à última pinga de sangue! Metem-me tanto nojo, que já os não consigo ouvir, feitos de reles feirantes e usurários, sem a menor dignidade por quem e nesta única altura, se lembram da sua existência e dos quais precisam... Se o tempo assim o permitir, nesse dia, lanço-me à estrada, afastando-me o quanto mais puder, para que não me cheirem mal e não os sinta em meu redor, como porcos na mais nojenta pocilga... Cada qual é livre, –se é que a liberdade existe!–, pois que só é tal quando corre a interesses de uma utópica democracia e forjada de maquiavélicos jogos! Metem-me nojo, –NOJO!–, OFENDEM-ME nos meus direitos e valores intelectuais!!!... Vomito, simplesmente!!!
Quantas as vezes me sinto adormecido, Tanto e que nem comparado com sono, Aquela breve sensação de anestesiado, Inerte, naquela nostalgia e a seu dono.
Quantas as vezes, sentindo-me por cá E estando tão longe, noutro universo, Numa raiva desmedida, que nem dá Pra perceber se sou verso no inverso.
Tantas são as vezes, pelo que não sei Se ando por estas bandas, louco lugar, Por quais caminhos a que me agarrei...
Menos são as vezes e menos sabendo, O que anda por cá e por meu acordar, Nesta mente, que vive adormecendo.