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VENTOS QUE SOPRAM

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VENTOS QUE SOPRAM

 

Ventos... que sopram e uivam!
Ventos que sacodem e levam,
Como oco esqueleto franzino,
Sem compaixão, nos enrolam,
Como trapos, sem um destino
E abrigo daqueles que choram...
São ventos, frios como lâminas,
Entrando na pele, como sabres
E barbeiros, de tão acutilantes,
Severas esponjas de lágrimas...
Ventos de tantas tempestades
E obra de qualquer um de nós,
Trocas de mentiras e verdades,
Tão reflectidas aquando a sós.
Ventos, não de Sul, nem Norte,
Mas que varrem tudo e a eito,
Levando o que resta no peito,
Sem questionar a nossa sorte.
Ventos que movem tramelas,
Rapinando tudo e até a alma,
Levando dinheiro, as panelas,
Nada deixam, nalguma calma,
Sapatos, roupas e a dignidade,
Os tachos onde fazias a açorda,
Deixando uns metros de corda,
Para que lhes faças a vontade...
São os ventos que nos fustigam
E por tais portas que entraram!

 

( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.

ÁGUAS DA NAÇÃO

Doce silêncio.jpg

ÁGUAS DA NAÇÃO

 

Águas que pingam, águas que correm...
Ai, estas águas de mentes poluídas!
Estendem-se pelo solo, bem horizontal,
Para que lhes possam passar por cima.
Qualquer um destes dias, morrem
E já sem que forças sentidas,
Desfalecendo aqui, ou mais acima,
Pouco importando, quando tudo já é igual.
São águas, simplesmente envenenadas,
Tantas as fossas e línguas contaminadas...
Fedem, estas, nos arrotos que vão dando,
Nas promessas e peidos, que vão soprando...
Regurgitam as fezes que comem, uns dos outros,
Num refogado de louros e ensopados.
Pobre daquele, não passando de um desgraçado,
Povo, já sem voz e sempre mal-amado
E que come nos restos das intrigas, disfarçadas,
No passar dos dias e horas amarguradas...
Pingam as águas, engordando rios canalizados,
Enchendo mares, açudes e demais estancados...
Soltem-se as águas, deixem-se fluir as represas,
Os direitos e pensamentos, as mentes presas
E chapinhem, gritem, saltem, como crianças,
Brincando de alegria, por parques de abastanças.
Águas que pingam, em tempestades que chovem,
Matando os parasitas, lavando pedras que movem...

 

( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.

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