RESGATES
RESGATES
Debruçam-se do seu castelo,
Bem alto, caindo ao mar...
Afogados em uísque e gelo,
Gente fina, sem saber nadar,
Mas cantando como melros,
Surgidos de trás dos cerros,
Pedem a quem os possa salvar...
São pobres, havendo que ajudar.
É meu dever participar,
Nas minhas míseras braçadas,
Não vá o pobre afundar
Em águas não desejadas.
Lançam-se coletes de salvação
E tocam a rebate os sinos,
O triste já estende a mão
E este é um dos finos...
Coitado, que pena dele,
Está leve como uma pena,
Pouco mais tem que a pele
E, de longe, já me acena...
Mas foi resgate conseguido,
Proeza de bom cidadão,
Que é quem fica mais fodido
No meio desta confusão...
( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
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