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TUDO NOS É PRAZER

Prazer.jpg

TUDO NOS É PRAZER

 

Prazer, é perturbar e saber,
É criar a maior da confusão
E sair imune, com um galardão,
Esquecendo quem ficou a perder.
Prazer, é perdição, vício no comer,
Enfartando, num praticável esquecer,
Na gula, até não mais poder...
Saciando a secura no beber,
Mesmo que em demasia.
No intuito do nosso prazer,
Somos rudes, arrogantes,
Competindo o nosso lazer,
Na mais possível letargia...
Doa a quem doer!...
Somos mortos-vivos latejantes!
Tudo nos é conforto... e sem ver,
Sendo cegos ao que vemos...
Dá-nos pica sermos vesgos!
Tudo é razão de tanta alegria
Em dias de tamanha euforia,
Nem que ao redor da exaltação
Outros se afoguem em solidão;
Mas o mundo roda e segue
Numa louca viagem, sem parar
E pobre de quem não consegue
As pobres lágrimas secar...
Chapinhamos no contentamento
E na desgraça de tanto lamento.
É satisfação a pobreza de sorrir,
Dando largas nalgum cantar
E chorar de tanto rir...
Apaladamos o capricho de odiar,
A distração no maltratar,
A adrenalina de matar
E sem qualquer ponderar
No amargo... porque tanto chorar!
Sentimos volúpia no sexo,
Não interessa de que tipo for,
Com mais, ou sem amor,
Com agrado, ou mesmo sem nexo...
Sentimos gozo em ver sofrer,
Durante a vida, ou no morrer
E na maior barbaridade
Unimos a mentira à verdade...
Enquanto uns vivem de ansiedade,
Outros escondem-se na vaidade,
Na farta presunção... e de tão loucos
É-nos prazer a tristeza de outros.
Neste bem-estar que não devemos,
Ao que devíamos ter... esquecemos!
... É tal o deleite, no pior que há a fazer,
Que temos prazer... em fecundo corroer!

 

( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.

FLORBELA ESPANCA

Florbela Espanca.png

https://youtu.be/VJaNP_jzHRk

 

Ser Poeta


Ser Poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

 

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

 

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

 

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda gente!

 

Florbela Espanca, in "Charneca em Flor"

MAIS UM ANO

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MAIS UM ANO

 

Tantos são os anos... e desenganos!
A cada ano que foge... tantos anos!
Sempre nesse vício de comemorar,
Muitas vezes sem razão a festejar...
Mais um ano e ficando mais velhos,
Nalguma sabedoria nos conselhos;
Genuína aprendizagem, dia-a-dia,
Na universidade da vida, perfeição
Nos caminhos de rigorosa decisão.
O tempo flui, abstracta melancolia,
Galopando como cavalo sem freio,
Por montes e vales... sem rodeio,
Tanto quanto a luta, ilusão infernal
Em que vivemos, nesta passagem,
Ano após ano, sempre na miragem
Que a glória nos seja oferta sideral...
E tais anos vão seguindo o percurso,
Fazendo de nós farrapo no seu uso,
A toda a sua vontade e bel-prazer...
Só não vê, quem mais não quer ver!
Bem acordado, neste dia nostálgico,
Revejo o que demais há de mágico...
Sei que todos estes anos já alcancei,
... Quantos mais sejam, isso não sei!

 

( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )
Todos os Direitos de Autor reservados e protegidos nos termos da Lei 50/2004, de 24 de Agosto - Código do Autor. O autor autoriza a partilha deste texto e/ou excertos do mesmo, assim como a imagem inédita, se existente, desde que mantidos nos seus formatos originais e obrigatoriamente mencionada a autoria da obra intelectual.

A VOZ DA RAZÃO

A voz da razão.jpg 

A VOZ DA RAZÃO

 

Meu amor, não penses tanto,
Porque todo este lamento,
Todo este nosso pranto,
Pode ser um simples engano,
Obra implícita, no maior espanto,
Caminhada errante de cigano,
Devoção ao divino e no profano,
Prosa oculta num poema,
Da vida e seu dilema,
Límpidas águas de rio,
Em que já pouco confio,
Correndo para o oceano.
Meu amor, não tenhas pena,
Do que sonhaste e que tens,
És, neste filme, a sublime cena,
Esquece o passado de onde vens
E abraça o futuro, tudo o que resta,
Na magia possível e melhor festa.
Todo o caminho é em frente,
Todo o resto é ausente...
Quer queiras, quer não,
Sente o coração, abre a alma,
Alimenta a luz que te chama,
... Ouve a voz da razão!

 

( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )

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TENHO DÚVIDAS, NA MINHA RAZÃO...

Inspecção automóvel.jpg

TENHO DÚVIDAS, NA MINHA RAZÃO...

 

Alguém que me explique, na minha ignorância, a razão pela qual, quando sou revistado em qualquer serviço alfandegário, sejam aeroportos, ou fronteiriços terrestes, os respectivos funcionários do SEF, são e legalmente, obrigados a utilizar luvas brancas para mexer nos meus pertences, o mesmo sucedendo em outros locais sujeitos a visitas, pelas mais diversas razões e, no entanto, quando sou obrigado ao respectivo serviço de inspecção automóvel, propriedade minha, ao que paguei todos os impostos possíveis e imaginados, desde circulação, etc., os presentes inspectores tratam-me abaixo de cão, num serviço pago da minha algibeira, baixando-se ao nível térreo e mão de apoio no chão, que já observei em inspecções à minha frente, com fatos e botas, algumas vezes, não na melhor limpeza, entrando, assim, no meu veículo, pago por mim, cagando o interior, como já me sucedeu, com uma nódoa de massa de lubrificação, possivelmente adquirida nas fossas de inspecção e por encosto consequente, tendo sido eu o lesado, pelo que ainda não percebi o porquê desta palhaçada, embora já me tenham tentado explicar e convencer... Lembro-me, há alguns anos, não tendo a certeza se o mesmo se passa actualmente, - confesso, mas posso tentar saber! -, que fiz várias inspecções e que nunca ninguém entrou no meu carro, isto na Alemanha, - país exigente! -... Será que tenho autorização e capacidade, para conduzir na estrada e sou incompetente para levar o meu designado ao tapete, travar, acelerar às rotações de motor pretendidas, etc.!?... Mas isto é um país de gente calada e conformada com a situação, pelo que sou obrigado a seguir o caminho no mesmo sentido, na minha maior revolta e pena... Só peço uma explicação, mas lógica, porque de explicações estúpidas estou farto!... FO**-SE, QUE DÁ MESMO PARA PENSAR!!!


( Manuel Nunes Francisco )
( Imagem da net )

SER POETA II

Ser poeta.jpg 

SER POETA II

 

Ser poeta, é iluminar a ribalta,
É percorrer outros caminhos,
É gritar o que faz falta,
Sonhar, como os meninos...
É alimento, de quem, sozinho,
Procura, nas palavras, o sustento,
A força, todo e qualquer alento...
É estar só, estando acompanhado;
É ser rico, mesmo que na pobreza,
Não tendo nada e tendo a certeza
Que possui tudo...
Ser poeta, é oferecer carinho
Na desgraça, ou na solidão,
Ter amor quando lhe batem à porta,
É ser chave de qualquer coração,
Ser código da liberdade,
É ser arma na luta pela igualdade,
Ser orgulho em palavra dada...
É ser tudo, não sendo nada.
Ser poeta, é ser gaivota
E voar mais alto, sobre as areias do mar,
Cantando que está presente,
Mergulhar a pique, rasando a falésia...
É ser rio, transbordando de modéstia,
Correndo para o oceano do conforto
Na esperança de ser amado e amar;
Estar ausente e aparecer de repente...
Estar vivo, mesmo depois de morto!
Ser poeta, é ser o que ninguém ousa ser,
Tanto que o sonho é o último a morrer!...

 

( Manuel Nunes Francisco ©® )
( Imagem da net )

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