Enquanto houver um filho da luta, O mundo não será indiferente A quem nada tem de seu... Poderás ter partido, Mas a tua força não morreu Para quantos te dão valor reconhecido, Que não tiveram tudo de mão beijada E, além da esperança, donos de nada. Em qualquer recanto do mundo Onde exista miséria humana e exploração, Onde o poder seja disputa, Tu lá estarás, num grito guerreiro profundo, Na tua voz da razão ... E serás sempre o comandante! Tu serás, na Terra, o Sol da bravura, O médico a tempo inteiro E à cama de tanta dor, Água fresca nalguma secura, A chama que molda o ferro, O banho que tempera o aço, A força que a mim quero, A luz ao fundo do corredor, Lágrimas nalgum regaço... O guerreiro, o pulso do guerrilheiro! ... O mundo, será Santa Clara E tu o heróico Che Guevara!!!
Aventura, é tudo o que nos leva ao desconhecido, Andar por montes e vales, perdido, Na descoberta de algo, sem descobrir nada, Seguindo o caminho poeirento, soberba estrada, Saborear os prazeres da natureza, Saindo de qualquer incerteza E remissão de quaisquer pecados, Em mente que vai sucumbindo aos bocados. Aventura, é isso, andar por esses caminhos, Na descoberta do que já ninguém nos traz E que nos saberia tão bem termos de volta, Ao que tanto fechámos a porta Desde o tempo de meninos E agora tanta falta nos faz... É a maior aventura, a aventura da vida, Tantas vezes já perdida, Mas que tanto nos apraz Nos piores momentos de paz. Por esses caminhos, sigo em busca E numa luz já tão fusca, Daquilo que não encontro, em pouca sorte E por mais que procure, Olhando à volta e em vão, Procurando, na solidão, Algo que de mais firme segure E que, de merecido, me conforte... Por esses caminhos, tocas de malandros, Estradas de salteadores, Ou incrédulos e devaneios amores, Bancadas dos mais injuriosos negócios, Sigo, nesse meu passo, Num acerto a compasso, Na tal busca da aventura, Já em Sol de pouca dura, Retendo este presente, Olhando o futuro de frente, No que aprendi no passado, Neste mundo que é meu fado...
Ah, Nobre Rei!... À tua Causa Real, Porventura derradeira esperança, Serás a alma deste ainda Portugal, De qual ainda nos seja lembrança. Nesse sangue luso, por si tão rubro E valorosos planos de cores celeste, Traços de branco, em espaço negro, És batalha viva, nesta luta agreste. Teus antepassados te serão a força Que necessitas a novas conquistas E tua chama a luz que nos ilumina, No escuro de outros, tanto revistas, Que sejas o punho e nunca desistas Dos passos, no trilho de outra sina, Desta nação mulher e ainda moça E nessa tua aventura mais resistas. Gosto de gente que defenda causas, Que não fale ao deus-dará, por falar E tão pouco, ou nada, tenha a dizer, Tão-pouco de concreto a convencer... Tanto que esses me causam náuseas Em tais disparates, tamanho palrear. Em ti, Nobre Servo desta fraca gente E de tão pouco, ou nada, te merece, Vejo um paladino e lutas de valente E demasia da plebe cujo te esquece. Segue esse teu confronto e vitorioso Da sentença que a ti nos chamaste, Tornando tal povo de novo glorioso, Nesse brado, que a tal me lançaste...
Diz-me, marinheiro, para onde vais, Nesse teu percurso de incerteza, Nalgum horizonte tão confuso... Diz-me, desabafando as tuas mágoas, Que ventos são esses, que te afastam, Num barco feito às ondas e sem cais, Por tão desconhecidas águas, Nessa tua revolta tristeza A todos quanto te abandonaram, Em mares que deixaram de ser uso. Diz-me se poderei ser tua bóia de salvação, Nesse mar cruel e sem perdão A quantos lhe são indefesos, Numa dor de sal, feitos presos Em turbulentas marés, amaldiçoadas E cicatrizes de feridas mal saradas. Diz-me que chamamento é tal, que ouves, Como de sereia se tratasse, Em altos-mares E a paradisíaca ilha te chamasse... Diz-me o que não sei E que desde sempre ansiei... Diz-me, que outros mundos possam existir E para os quais, de bom grado, possa partir!...
Enquanto para uns sobra, Numa fartura acumulada, É certo que a outros falta, Por entre sobras de nada... Pavões, num auto-estrada E sangue branco na artéria, Esquecendo toda a miséria No meio de tanta pedrada; Donos de quanta manobra, Numa escuridão de ribalta. Fazem-se autores de tudo E que não haja para fazer... Na desgraça, é tudo surdo E o alheio é para esquecer. É a boa-vida que interessa, Os demais não vos lembra, Ou nem o tencionais saber... São orações de outra missa! Nós, pobres figuras de cera, Ou meros animais a sofrer... Que interessa tal sofrimento E se não vos toca pela porta, Nem tampouco vos importa As vozes dum qual lamento... Sobra-vos, o que não temos, Num problema que é nosso; Por tanto mais que rezemos, Nunca ouvireis um pai-nosso! Num acatar das vossas sobras Seríeis obra, de poucas obras...
Governo avança com inspecções obrigatórias para motos...
Volto ao tema para que alertei anteriormente, embora noutro sentido, pois que na altura questionei a razão pela qual, um indivíduo qualquer, tem o direito de entrar no interior da minha propriedade, sem minha autorização e nem sempre nas melhores condições de limpeza... mas, no seguimento, questiono porque razão, sendo assim, não é obrigatório o uso de fato de trabalho branco, como acontece nos serviços de saúde e até nalguns serviços técnicos dos mais variados e avançados, incluindo o automóvel, contribuindo para a prova da respectiva qualidade higiénica!?... Seguindo, vêm-me estes senhores, alimentadores de um sistema de caça ao dinheiro, pois que estas empresas de inspecção são do teor privado e quanto mais inspecções fizerem, mais ganham e alimentam o valor consequente de impostos originados, isto para não falar nos particulares interesses desses mesmos senhores do governo, que e muitas vezes, são detentores nestes negócios, nas mais variadas formas e razões... mas o zé-povinho anda a dormir!! Pergunto, quem conhece algum motociclista que queira fazer da cabeça o pára-choques da sua mota, ou que a traga nas condições de manutenção e limpeza da maioria automóvel... alguém que me responda! Vivemos num país, mundo de hipócritas e sujeitos a todo o tipo de exploração, não refilando, nem abrindo os olhos, não que seja contra a inspecção automóvel, embora não compreenda o período anual, a partir dos dois em dois anos, consequentes aos primeiros quatro, tanto que qualquer veículo, ao fim de oito anos de circulação não estará, por norma, assim tão velho e danificado... mas a tal caça ao dinheiro fala mais alto e reparar as estradas, para que os veículos sejam lesados o menos possível, isso é que não! Quando, há pouco tempo e pelas minhas razões, falava e isto num ou noutro Centro, quanto ao problema, todos me respondiam, no mesmo tom irónico, "olhe que o mesmo vai surgir para as motos!"... pois, já estavam informados do que andavam a tramar com o governo, -este, ou outro!-... são todos a mesma merda!!! O zé paga e não bufa!... Por acaso, alguém me sabe responder se também vai ser obrigatório a inspecção a bicicletas, que foram autorizadas a andar na via de circulação e ao qual concordo, pois que têm travões, mais ou menos suspensão, pneus, luzes e outra mecânica inerente... Preciso de alguma resposta, no meu obrigado. Ah!, possivelmente, com o tempo e calar na aceitação de tudo o que nos é ditado, talvez que ainda venha a ser obrigatório a inspecção à sola dos sapatos, pois que, com o desgaste, poderá ficar demasiado escorregadia... Pensem nisto!!! A próxima loucura que se segue: "Governo aprova carta de condução para motos a partir dos 14 anos"... CAMBADA DE OPORTUNISTAS E LADRÕES!
Talvez que os sessenta, não sejam ternura, ... Mais um, dois, ou três, tão-pouco importa, Interessando o caminho que há tanto dura E a cada nascer-do-dia nos entra pela porta.
Talvez que nada seja o que mais esperámos, Desiludidos no tempo e nalguma esperança, Numa contradição ao que tanto desejámos E parte dos sonhos só nos sejam lembrança.
Talvez que o futuro seja o presente desejado, Que as quimeras sejam pétalas de um jardim, Num paraíso qualquer e por fim encontrado.
Talvez que o amanhã nos seja tanto de novo E que tudo seja música orquestrada por mim, Em dança, poemas diversos e canto do povo...
Inveja!?... Inveja, é o que sentes Naquilo que eu faço E que tu não és capaz... Simples servo, reles súbdito, Armado em capataz; É quereres ser, num extremo desejo, Aquilo que escondes nesse teu pejo, Criticando o meu sempre feito, ou dito, Nessa tua triste figura de palhaço... Quando te pensas superior, sabes que mentes!... Iludes-te a ti próprio, Seguidor errante do horoscópio, Figurino de passarela, Desfilando para quem julgas clientela, Mas tão semelhante à tua figura... Mentecapta, egoísta, cabeça-dura! Pudor!... Pudor, é aquilo em que te escondes Nessa tua irrisória falsidade E sem nunca teres coragem na verdade... Moço de recados, num palácio de condes! ... Mas seja o que sejas, cura essa inveja, Esse mal que te destrói, Todo esse veneno que te corrói, Pois tudo o que invejas, te sirvo de bandeja... Não invejes o que tenho, Mas tenta ter mais que eu, Pois, por tanto, ou mais tamanho, Não foi ninguém que me o deu. Essa tua inveja, esse teu pudor, São minhas lágrimas, nalgum amor Que nunca entenderás, Ou sentimentos que jamais me darás... Não tenho inveja do que me invejas, Mas pena, no teu recato, o mal que me desejas!
Eis-te acordado... nascente renascido, Num brilho radiante acompanhado, Fruto de um Sol por ti perdido, No mais belo quadro desenhado, Numa soberba luz resplandecente, No completo de sombras e contorno, Surgidas do nada, tão de repente E que à tua volta é teu adorno... Pintas-te numa paisagem alentejana E no contraste duma cidade mundana. Finalmente chegaste, Dia!... cheio de força e vida E como sempre madrugaste, Já fazendo as malas para outra despedida. É a velocidade do tempo que te acompanha, Que te dobra ao seu destino... Um dia, velho; outro, inocente menino E perdido no meio de tanta manha. Chegas carregado de luz e sombras, Alimentas ao homem o que sonhas, No abstracto do que lhe levas E pedaços do tempo que lhe roubas... Nessa paisagem e olhar que nos deixas, Sem o menor perdão às nossas queixas. Neste contraste de luz e sombras, és paz Noutro fervilhar e das cores que és capaz, Na prova de cada momento que nos trazes, E no conforto das meiguices que nos fazes... No altar da tua luz, as sombras esmorecem Na maior força dos raios que nos aquecem E nos acompanham nessa tua viagem, Deixando para trás o segredo da miragem... Tua luz, é minha sombra... Enquanto tuas sombras me são de sobra!