Retrato de Portugal, por Guerra Junqueiro há 121 anos, mas duma actualidade aterradora
Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta. [...]
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provem que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro. Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.
A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas. Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar.
ANTES DE MAIS E PARA QUE NÃO HAJA CONFUSÕES, NÃO ADMITO QUE ALGUÉM E EM QUALQUER PARTE DO MUNDO, GOSTE MAIS DE ANIMAIS DO QUE EU... SÓ NÃO GOSTO DE GRANDE PARTE DAS PESSOAS, SE É QUE SE PODEM ROTULAR DE TAL! ... Esta semana, li uma notícia a qual se referia de que a União Europeia se preparava para discutir e aprovar uma alteração de lei, quanto a cláusulas existentes e restritivas, ao contrato de arrendamento, referente a animais domésticos. Pois bem, quando a mesma lei obrigar o Estado Português de que faça cumprir, no geral e ambas as partes envolventes, aquilo a que se comprometem, estou completamente de acordo; até lá, não! Vejamos, então: O Estado, retém 28% se descontar como pessoa singular (enquadrado na categoria F de rendimentos), ou 25% no caso de pessoa colectiva (enquadrado na categoria B), -penso que é o que está em vigor!-, acrescido do respectivo IRS no final do ano, IMI, seguros obrigatórios, encargos com reparação, manutenção e conservação do imóvel, algumas vezes provocadas pelo próprio inquilino, mas que respeitam ao senhorio e, pior ainda, quando começa a falhar o respectivo pagamento mensal, vem mais a burocracia legislativa, para não falar de, quando a casa fica livre, as obras que ficam para fazer; sim, porque a moral da maioria dos inquilinos portugueses, fica pela rua do "isto não é meu, logo toca a estragar", o que não acontece noutros países ditos civilizados e em que cada um sabe os seus direitos e deveres... Fazendo bem as contas, quanto sobra!? Bem dizia o meu pai e com razão, que quem quisesse uma casa, de habitação, ou comercial, A COMPRASSE, OU CONSTRUÍSSE E NUNCA À CONTA DO SUOR, OU DO DINHEIRO DELE!... Não estou a defender, nem a atacar nenhum dos intervenientes, MAS PENSEM NISTO! Boa sorte, para todos...