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ESTA PERGUNTA

Aljezur.jpg

ESTA PERGUNTA

 

Minha alcântara entre margens,
Minha vistosa porta da ravessa,
Aquela papoila nas paisagens,
Meu fado cantado na travessa.

 

Verde encosta, de divina serra,
Ou outeiro em que me deleito,
A calma nesta obscura guerra,
Rio percorrido nesse teu leito.

 

Espuma límpida de revolto mar
E dando à costa em serenidade,
Vista ao longe, neste meu olhar,
De qualquer falésia da saudade.

 

Minha pintura, esta minha arte,
Meu ópio, que me entorpeceu,
Lustre porcelana de escaparate,
... Quem és tu, te pergunto eu!?

 

( Manuel Nunes Francisco ©® )

RETRATO DE PORTUGAL...

Guerra Junqueiro.jpg

 

Retrato de Portugal, por Guerra Junqueiro há 121 anos, mas duma actualidade aterradora

 

Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta. [...]

Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provem que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro. Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.

A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.
Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar.

 

Guerra Junqueiro, in 'Pátria (1896)'

NOVA LEI DE ARRENDAMENTO...

Imposto.jpg

 ANTES DE MAIS E PARA QUE NÃO HAJA CONFUSÕES, NÃO ADMITO QUE ALGUÉM E EM QUALQUER PARTE DO MUNDO, GOSTE MAIS DE ANIMAIS DO QUE EU... SÓ NÃO GOSTO DE GRANDE PARTE DAS PESSOAS, SE É QUE SE PODEM ROTULAR DE TAL!
... Esta semana, li uma notícia a qual se referia de que a União Europeia se preparava para discutir e aprovar uma alteração de lei, quanto a cláusulas existentes e restritivas, ao contrato de arrendamento, referente a animais domésticos. Pois bem, quando a mesma lei obrigar o Estado Português de que faça cumprir, no geral e ambas as partes envolventes, aquilo a que se comprometem, estou completamente de acordo; até lá, não! Vejamos, então: O Estado, retém 28% se descontar como pessoa singular (enquadrado na categoria F de rendimentos), ou 25% no caso de pessoa colectiva (enquadrado na categoria B), -penso que é o que está em vigor!-, acrescido do respectivo IRS no final do ano, IMI, seguros obrigatórios, encargos com reparação, manutenção e conservação do imóvel, algumas vezes provocadas pelo próprio inquilino, mas que respeitam ao senhorio e, pior ainda, quando começa a falhar o respectivo pagamento mensal, vem mais a burocracia legislativa, para não falar de, quando a casa fica livre, as obras que ficam para fazer; sim, porque a moral da maioria dos inquilinos portugueses, fica pela rua do "isto não é meu, logo toca a estragar", o que não acontece noutros países ditos civilizados e em que cada um sabe os seus direitos e deveres... Fazendo bem as contas, quanto sobra!? Bem dizia o meu pai e com razão, que quem quisesse uma casa, de habitação, ou comercial, A COMPRASSE, OU CONSTRUÍSSE E NUNCA À CONTA DO SUOR, OU DO DINHEIRO DELE!... Não estou a defender, nem a atacar nenhum dos intervenientes, MAS PENSEM NISTO! Boa sorte, para todos...

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