Não é a chuva que me aborrece, Nem o vento que me assusta, O frio que me arrefece, Ou o Sol que me aquece... É esta gente, que me entristece! Gente sem vontade própria, Apática de qualquer glória, Macambúzia e deselegante, Amontoado de massa lerda, Pelas ruas, sem horizonte, Como lixo e na sua calma, Fraca de alguma alma E inerte a qualquer esperança, Adormecida à liderança, Sem a noção do engano, Fechada por entre muros, Comunicando em sussurros, Chafurdando no profano... O que me cansa, é esta gente de merda! ... Não o vento que me sopra, Ou o sono que me adormece, Num acordar que nada oferece, Mas esta raiva que me desperta, De gente sem espírito de luta, Nesta minha vontade certa A uma guerra sem quartel, Agridoce sabor a fel Numa luta que me sobra E sem nada poder fazer... Por esta gente a sofrer!
Não importa, quanto tempo esse beijo dura, De tão importante são as carícias e a ternura, Em demasiada cavalgada, sem freio e loucura, Nesse corpo descontrolado de mulher madura. O que importa, é essa tua ofegante respiração, Enquanto te perdes por sabores bem vibrantes, Nalguma ementa de tão bem servida sedução, Acompanhada de certos prazeres bem picantes. Nessa ementa de volúpia, bem servida na cama, Te saboreias na loucura, no prazer que te chama, Sôfrega e descontrolada, nessa ébria cavalgada, Perdida nesse sequioso prato de mulher amada. Nesse desenvolto serviço de pedidos e sabores, Em que sempre te envolves, sem preconceitos E tanto te entregas numa sobremesa de odores, Saboreio-me num terminal desses teus peitos... O prazer, esse será sempre e dividido a meias, Mesmo que não saiba se saciaste o que anseias.
Ser mulher, é ser humilhada, maltratada, É ser tudo, sexo... menos compreendida! É ser escrava, ser prazer... menos amada! É ter pena do passado no presente, É ser vítima numa guerra já perdida. Ser mulher, é infinita e constante luta, Perdida na ausência do verbo amar, É ser vida numa vítima em agonia, Uivo solitário numa noite de luar... Ser mulher, é ser mãe, amiga, amante, É Sol divino, ao nascer de mais um dia, É Lua romântica, sobre um vasto areal, Pura essência numa fragrância corporal, Mesmo que nos braços de prostituta, Pois que também ela é mulher... Mulher!... Como toda outra qualquer. Ser mulher, é ser a tua alma gémea, Qualquer que seja a tua orientação, É saber partilhar de todo o coração, É ser mulher... não sendo só fêmea!