Ser mulher, é ser humilhada, maltratada, É ser tudo, sexo... menos compreendida! É ser escrava, ser prazer... menos amada! É ter pena do passado no presente, É ser vítima numa guerra já perdida. Ser mulher, é infinita e constante luta, Perdida na ausência do verbo amar, É ser vida numa vítima em agonia, Uivo solitário numa noite de luar... Ser mulher, é ser mãe, amiga, amante, É Sol divino, ao nascer de mais um dia, É Lua romântica, sobre um vasto areal, Pura essência numa fragrância corporal, Mesmo que nos braços de prostituta, Pois que também ela é mulher... Mulher!... Como toda outra qualquer. Ser mulher, é ser a tua alma gémea, Qualquer que seja a tua orientação, É saber partilhar de todo o coração, É ser mulher... não sendo só fêmea!
Consciência!?... Que palavra tão estranha! Será que é a purga, remissão dos pecados E já no final de uma meta sem escrúpulos, Nos mais perversos meios para a alcançar, Agora e só, por entre lágrimas e lamento, Se tenta limpar toda uma triste façanha? ... Lágrimas e lamentos, vão com o vento! Pois que é pena, que só nesta recta final, Em que nunca se soube entender, amar, Na angústia, se procure o perdão divinal, Se entenda a consciência, mas tão tarde E o arrependimento, num peso tamanho, Se brade aos céus esse valor tão estranho, Agora que a consciência é fogo que arde...
Desculpem, mas Deus não existe… Deus é um mito criado pelo homem, Na expressão da sua sobrevivência, No temer de todos os seus erros, Na esperança de algum perdão… Deus é a viva exploração por tantos, Na temeridade de inúmeros loucos. Deus é a ridícula ilusão que persiste, Sono sedado daqueles que dormem, Na desmedida e eterna penitência, Nas orações, missas, reza de terços, Sagrado alimento de tanto charlatão... Que a divina natureza os proteja, Para que a sua mente algo mais veja! Deus é esperança final, sem nada ser, É força oculta, corrida nunca vencida, É a medalha de vento prometida Nesta constante luta, eterno sofrer. Deus é chama que arde num presente, É fumo que parte, em silêncio discreto, Numa ilusão que foi sempre ausente E nos abandona no pior momento...